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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Revolussamba - acaba com o preconceito e com a discriminação - Dia Nacional da Luta Antimanicomial



A escola de samba “Liberdade Ainda que Tan Tan” já definiu qual o samba irá cantar na avenida no Dia Nacional da Luta Antimanicomial – Dezoito de Maio. No sábado, dia 26 de abril, o Fórum Mineiro de Saúde Mental e a ASUSSAM (Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais) promoveram o 10º Concurso do Samba Enredo, em Belo Horizonte, atividade preparatória para o dia da manifestação antimanicomial. Além do samba enredo, também foram eleitos o casal de mestre sala e porta bandeira, a rainha e a princesa da bateria.

Produzido coletivamente nas oficinas de música do centro de Convivência Venda Nova, o samba campeão foi o “Revolussamba”, que assim como os demais inscritos no concurso, se inspirou no tema do Dezoito de Maio desse ano: “A cidade que queremos: que seja feita a nossa vontade”.

Isaac Luis, monitor de música do Centro de Convivência Venda Nova, explica que o processo de produção do samba passou pela discussão dos usuários sobre a cidade desejada. “Nosso samba fala isso, porque a cidade que queremos é sem preconceitos, sem discriminação, queremos uma cidade com mais direitos”, afirma. Isaac diz que já pode imaginar a satisfação que será desfilar com a avenida inteira ouvindo uma música produzida por eles. “A expectativa é de que ninguém fique maluco na hora, vamos dar conta do recado!”, brinca.

Durante o concurso, a comissão de jurados escolheu Maria Teodora e Warlen Martins, do Centro de Convivência Carlos Prates, como o casal de mestre-sala e porta-bandeira; Cristina dos Reis, da rede de saúde mental de Diamantina, como a rainha da bateria; e Luiza Caroline, da rede de saúde mental de Itaúna, como a princesa da bateria. A comissão foi composta pelo artista Ed Marte, pela integrante da organização de mulheres Negras Ativas Vanessa Beco, pela psicóloga e representante do movimento antimanicomial Tulíola Lima, pelo ator Evandro Nunes e pela dançarina do grupo Samba da Meia Noite Valéria Silva.

Vanessa Beco destacou a importância do apoio ao movimento antimanicomial e à manifestação do Dezoito de Maio, chamando atenção para a dificuldade da sociedade em lidar com o conflito e com aquilo que foge dos padrões estabelecidos. “É uma luta extremamente importante e delicada, que enfrenta dificuldades no todo da sociedade”, explica.

Nesse ano, a manifestação antimanicomial será realizada no dia 19 de maio, em Belo Horizonte. Espera-se a participação de aproximadamente 4 mil pessoas, entre trabalhadores, usuários e familiares dos serviços substitutivos em saúde mental, representantes de movimentos sociais, culturais e outras organizações da sociedade civil, vindos de mais de 20 municípios do estado.

O usuário do Centro de Convivência Pampulha e integrante da ASUSSAM, Paulo Reis, acredita que tratar da questão da cidadania e do cidadão na cidade fará um eco, trazendo o tema para a pauta do poder público e da sociedade. Para Paulo, a cada ano, o Dezoito de Maio é uma vitória: “fazemos esse percurso de desfilarmos pela cidade, colocando a nossa vontade e o nosso desejo na rua, interagindo com a cidade e com os habitantes, fazendo, assim, um grande movimento pela cidadania e pela paz”.

Confira abaixo o samba que animará o desfile do Dia Nacional da Luta Antimanicomial:

Revolussamba
Samba coletivo do Centro de Convivência Venda Nova

Se essa rua fosse minha eu mandava concertar
Concertava essa cidade pra o meu mundo caminhar.
A cidade, minha gente, tem muita poluição,
Não precisamos só de carro, mas de metrô na estação.

REFRÃO
Oh Bombrilhão! Oh Bombrilhão!
Acaba com o preconceito e com a discriminação. (2x)

Não ponha corda no meu bloco, copos de leite e de flor.
Na Avenida Afonso Pena, o 18 já chegou!
Nós vamos manifestar nossa indignação
Na cidade que queremos não cabe corrupção.

REFRÃO

Se violar fosse verbo de violão,
De tão bela essa cidade teria mais criação,
Como não é, o que devemos fazer,
É acreditar no povo que luta pra vencer.



Tempestade, tempestade, eu me encharco em você!
Mas com tanta indiferença, como vou sobreviver?
Sou amigo do Mandela e contra a segregação,
Sou filho da Praça Sete e da Praia da Estação.

REFRÃO

Como em Cuba e na França eu vou revolucionar!
Vou por meu samba na rua para o povo desfilar
Essa rua, ela é nossa e esse mura, ele é seu.
Eu só sei que essa história foi o povo que escreveu.

Oh Bombrilhão! Oh Bombrilhão!
Acaba com o preconceito e com a discriminação.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Arquivo de Notícias: A sagração de Arthur Bispo do Rosário na Bienal Internacional de Artes de São Paulo

A obra do esquizofrênico Bispo do Rosário tornou-se o modelo da arte brasileira de vanguarda do século XX. Até que ponto a loucura colabora para o surgimento do gênio – e vice-versa?

Luís Antônio Giron, com Tônia Machado



A produção de um indigente negro e nordestino diagnosticado como esquizofrênico que nem se considerava artista, mas sim o preposto de Deus na Terra, será a principal atração, entre 7 de setembro e 9 de dezembro, da 30ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo. Estarão expostas em várias formas e técnicas, como assemblages, objetos, estandartes e roupas, 348 obras de Arthur Bispo do Rosario (1909-1989). Ele trabalhou ao longo de 50 anos não num ateliê, mas numa cela-forte imunda, dentro de um hospício em condições precárias.

Não se trata da maior exposição já feita da obra de Bispo, mas é uma das mais consistentes na seleção. Ela marca o ápice de uma das carreiras póstumas mais bem-sucedidas no circuito das artes do Brasil. Em 1995, Bispo destacou-se no Pavilhão Brasileiro da Bienal de Veneza. Em 2003, o museu Jeu de Paume, em Paris, exibiu centenas de obras dele. Até 28 de outubro, o Victoria & Albert Museum de Londres abrigará 80 obras de Bispo. Ele se tornou uma figura glorificada, tema de dezenas de teses de doutorado e até personagem de filme de ficção. O longa-metragem O senhor do labirinto, de Geraldo Motta, com estreia prevista para o fim do ano, apresenta-o como um gênio. Críticos e artistas se apropriam de um trabalho que há 30 anos era considerado fruto dos delírios de um anormal. Seu caso estimula perguntas que geram outras perguntas. Que tipo de arte é esta? Como ela pode figurar no panteão dos inovadores do século XX? Quais as fronteiras da arte, da loucura e da razão? Em que momento o impulso criativo do artista dá lugar ao delírio? Até que ponto a loucura abre as comportas da criatividade?

 Para obter as respostas, é preciso conhecer o homem antes da obra. Nascido na cidade de Japaratuba, em Sergipe, Arthur entrou para a Marinha, foi pugilista e empregado de uma família rica no bairro carioca de Botafogo. Em 23 de dezembro de 1938, avisou o patrão que seria carregado em cortejo por anjos até a igreja. Em seguida, invadiu o Mosteiro de São Bento para declarar aos padres que fora enviado por Cristo para liderar a Igreja Católica na travessia até o Apocalipse. Os anjos não o ajudaram quando os soldados o escoltaram até o Hospital Nacional dos Alienados, onde foi internado como “esquizofrênico-paranoico”. Era a véspera de Natal, data que ele assinalava como seu nascimento místico. “Um dia eu simplesmente apareci”, disse Bispo ao psicanalista e fotógrafo Hugo Denizart no documentário O prisioneiro da passagem (1982). Em janeiro de 1939, ele foi levado à Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá. Etiquetado como paciente número 01662, viveu a maior parte de seu tempo no pavilhão 11, destinado aos doentes “perigosos”. Forte, tornou-se o “xerife” do local, encarregado da faxina e da segurança. Bispo surrava e imobilizava os loucos mais furiosos, facilitando o trabalho dos funcionários.

Impondo-se pelo vigor físico, e também pela habilidade para os trabalhos manuais, ele resistiu a todo tipo de violência e mutilação, habituais no sistema psiquiátrico vigente até os anos 1980, baseado no confinamento, na lobotomia e no eletrochoque. Bispo rechaçou também as propostas para tomar parte de oficinas de terapia ocupacional, técnica que a psicanalista Nise da Silveira (1905-1999), discípula de Carl Jung, adotou nos anos 1950 para tratar pacientes como ele. Avesso a novidades psicanalíticas, ele preferia a solidão. Elaborou e se cercou de peças que representavam o mundo em miniatura, construídas a partir de objetos que conseguia no hospício, como garrafas, embalagens, recortes e cobertores. Extraía a linha que usava desfiando o uniforme azul usado pelos internos. Sua missão, dizia, era exibir as peças no Juízo Final. Costurou para si uma mortalha luxuosa, com que se apresentaria a Deus no fim dos tempos, como mandatário da humanidade. Hoje, a mortalha, chamada de Manto da apresentação, é considerada pelos críticos sua peça capital. Bispo recusava-se a ficar longe de seus objetos. “As miniaturas permitem minha preservação e de todos os trabalhos que existem”, disse a Hugo Denizart. Em 1982, sua obra finalmente foi levada a uma mostra, mas ele não saiu da cela. Isso não impediu que muitos artistas começassem a cultuá-lo. “Não sou artista”, disse. “Sou orientado para ser uma coisa desta maneira.”

Quando a morte forçou-o a abrir mão de suas criaturas, iniciou-se a revisão de sua arte, que culmina agora na Bienal. Suas obras foram transportadas do cubículo onde ficou por meio século para o prédio da administração da Colônia Juliano Moreira, onde funciona o museu, cujo nome, Nise da Silveira, foi mudado para Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea. Ali, as 804 peças de sua autoria, tombadas em 1992, são mantidas em condição precária. Só passam por restauração quando saem para exposições.

Graças a curadores internacionais, a obra de Bispo mudou de estatuto. Passou de curiosidade a exemplo. Na realidade, trata-se de um conjunto de peças cuja genialidade faz esquecer que surgiram de uma mente lunática. De acordo com os críticos, sua obra pouco ou nada mais tem a ver com a doença mental. Ao contrário, é a prova da resistência da arte à loucura. Representa como poucos as preocupações, dilemas e proezas da arte atual. “Depois de Hélio Oiticica e Lygia Clark, a instalação passou a ser vista como uma obra de arte”, afirma o crítico Nelson Aguilar. “Isso possibilitou a compreensão da obra de Bispo como forma de arte.” Aguilar diz que, ao conhecer a obra de Bispo, teve um choque: “A reunião inesperada de elementos era cheia de cor e objetos muito diferentes uns dos outros. Cada elemento tinha uma presença especial. Parecia respirar, radioativa. Bispo fez uma utopia, um sonho”.

A redenção artística de Bispo ajuda a reciclar a imagem romântica do artista louco. A história da arte se faz de mitos. Um dos mais constantes é a demência iluminada. Houve artistas famosos que enlouqueceram. O poeta romântico alemão Friedrich Hölderlin (1770-1843) apresentou sinais de esquizofrenia, foi internado e passou a escrever poemas herméticos. O músico americano Brian Wilson, fundador da banda The Beach Boys, consegue até hoje equilibrar a esquizofrenia com shows e discos importantes. E o holandês Vincent Van Gogh (1853-1890) pintou telas inovadoras e delirantes antes de se matar. Mas raros loucos conquistaram o respeito. Um deles foi o dramaturgo, ator e diretor francês Antonin Artaud (1896-1948). Internado num hospício, elaborou um estilo de representar, que chamou de “teatro da agressão”. Sua estética influenciou diretores atuais. Artaud procurava manter a lucidez pela atuação. Assim, evitava surtos psicóticos.

A loucura tem seu método, diz Polônio, no drama Hamlet, de William Shakespeare. Para Sigmund Freud, fundador da psicanálise, o artista é aquele que mais se aproxima do inconsciente e dos loucos. Sobre eles, Freud escreveu: “A formação delirante que julgamos ser uma produção patológica é, na verdade, uma tentativa de cura, um processo de reconstrução”.

Bispo buscou reconstruir sua lucidez por meio da atividade manual incessante. Passava as noites a costurar, colar e pintar. Só descansava aos sábados. “Se ele era psicótico ou não, é irrelevante para seu trabalho”, diz Denizart. “A dor e a dificuldade precisam ser elaboradas de alguma maneira, porque, senão, qualquer psicótico seria um artista. Bispo sabia mergulhar no caos e sair dele. Era isso que o permitia criar. Eis a diferença entre ele e outro sujeito com uma grave enfermidade.” No processo criativo, é difícil distinguir razão e inconsciência, diz Gladys Schincariol, discípula de Nise da Silveira e coordenadora do Museu de Imagens do Inconsciente. “O sofrimento psíquico é um estado do ser que a pessoa está vivendo”, afirma Gladys. “Isso não impede que ela seja criativa. Não há como separar a figura de Bispo entre um maluco que viveu enclausurado e o artista admirado no mundo inteiro. A experiência, a vida e o sofrimento interferiram na obra. O ser humano é uma unidade indissolúvel. Se a arte fosse racional, não seria arte.” Mesmo a obra de artistas sãos, como Ivald Granato, foi considerada demente por alguns críticos por causa da imaginação febril no uso das cores e formas. “Bispo foi um louco expressivo”, afirma Granato. “Sem loucura, a arte não tem graça.”

As práticas e teorias das instituições psiquiátricas não curaram Bispo da esquizofrenia paranoide, muito menos revelaram algo sobre seu impulso criador. Os artistas e estudiosos de arte compreenderam melhor o enigma. “A arte que vem da lógica é cálculo, não arte, e não convence ninguém”, afirma Nelson Aguilar. “A arte vem de outra região que não a racionalidade. Todo artista tem consciência disso.” Loucura, normalidade e saúde mental são conceitos históricos. A arte, tão próxima das fantasias impensáveis, sobrevive aos padrões científicos efêmeros e, por isso, tem vida longa. Arte e loucura são irmãs. Bispo do Rosário não foi um artista puro. Mas que artista pode dizer que é?

Fonte: Revista Época


segunda-feira, 4 de junho de 2012

III Congresso Brasileiro de Saúde Mental acontecerá em Fortaleza-CE

O III Congresso Brasileiro de Saúde Mental, abordando o tema Aperreios e Doidices: saúde mental como diversidade, subjetividade e luta política, acontecerá de 7 a 9 de junho de 2012 no Centro de Convenções do Ceará. Organizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), a Universidade Estadual do Ceará (Uece), a Fundação Oswaldo Cruz, o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entre outros, o evento traz no seu conteúdo o contexto de uma cultura local, regionalizada, mas que se articula e contribui com a diversidade no campo da saúde mental no cenário nacional e internacional.

Com uma visão sobre a subjetividade dos usuários e o desafio de fomentar a atenção à saúde mental de qualidade, propõe um encontro entre os diversos atores sociais - gestores, trabalhadores e usuários - para maturidade da produção científica na área, além de anunciar uma luta política frente à necessidade de se definirem novos rumos para a saúde mental.


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Arquivo de Notícias: Debates marcam II Semana de Mobilização em Defesa da Saúde Mental em MT


Debates marcam II Semana de Mobilização em Defesa da Saúde Mental em MT

Os debates deram voz a alunos, profissionais da psicologia e a sociedade civil  sobre a luta antimanicomial. No Brasil, o movimento  teve início nos anos 80, mas em Mato Grosso só começou em 1990. Organizada pelo Conselho Regional de Psicologia da 18° Região de Mato Grosso (CRP18/MT) e entidades que atuam na luta antimanicomial, as atividades prosseguem até sábado (20).

A mostra de vídeos reuniu os documentários “Loucura e sociedade” e  “20 anos de luta por uma sociedade sem manicômio”, uma apresentação sobre o Fórum Intersetorial de Saúde Mental de Mato Grosso e Drogas e Cidadania,  e quatro séries de vídeos produzida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Apesar da luta antimanicomia contar com 20 anos de história, ainda existem discursos equivocados de que o tratamento deve ocorrer por meio de internações.  A representante do Fórum Intersetorial de Saúde Mental de Mato Grosso, Soraya Miter Simon, considera um retrocesso ao movimento a criação de comunidades terapêuticas. “Nós temos uma história que não precisa ser retomada. Temos a volta da internação de usuários de drogas, em uma situação  novamente  de exclusão”, afirma.

A assessora técnica do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) do CRP 18/MT, Fabiana Tozi , também faz críticas ao método de tratamento que tem sido implantado. “As comunidades terapêutica de hoje são os manicômios de ontem”, compara.

A II Semana de Mobilização reúne representantes de segmentos da sociedade civil organizada, instituições de ensino superior, acadêmicos e profissionais de psicologia e da área de saúde. Um dos objetivos do evento é ampliar o debate sobre a luta antimanicomial com sociedade e fazer um levantamento da verdadeira situação da saúde mental em nosso Estado. “Existem algumas questões que não se falam como a falta de políticas públicas e de investimentos para a saúde, e em melhorias dos serviços dos  CAPs [Centros de Atenção Psicossocial]”, destaca Soraya Miter. 

O programa de Centros de Atenção Psicossocial também é defendido pelo acadêmico em psicologia do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), Paulo Ricardo Konrath. Ele considera como uma proposta de solução de tratamento que contribui com a inclusão na sociedade.

Já a acadêmica em psicologia  do Univag, Letícia Lopes, ressalta a importância da realização de eventos  com o foco na saúde mental. “Esse debate serve como uma fonte de esclarecimento. Ajuda a tirar um pouco do preconceito que existe na sociedade,” afirma.

Fonte: Expresso MT

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Arquivo de notícias: 18 de maio em Belo Horizonte - Dia Nacional da Luta Antimanicomial


18 de maio: BH celebra o Dia Nacional da Luta Antimanicomial

Pela 16º ano, a escola de samba Liberdade Ainda Que Tam Tam desfilou pela capital mineira, chamando a atenção da sociedade, em defesa da reforma psiquiátrica e o fim do preconceito



Pela 16ª vez, Belo Horizonte assistiu ao desfile da escola de samba Liberdade ainda que Tam-Tam. Neste dia 18 de maio, data em que se comemora, em todo o Brasil, o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, profissionais de saúde mental, pessoas com transtorno mental e comunidade estiveram mais próximos, em uma tradicional manifestação por uma sociedade sem manicômios.

Mesmo com a mudança do local de concentração (em anos anteriores realizada na Praça 7), os foliões se mantiveram focados nesta ação coletiva, organizada, anualmente, pelo Fórum Mineiro de Saúde Mental e Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais (Asussam-MG). Em plena Praça da Liberdade, um dos cartões de visita da capital mineira, os usuários do sistema de saúde mental do estado foram as grandes estrelas, organizados a partir do tema “SUStentar a diferença: saúde não se vende, gente não se prende”.

Personagens de diversas regiões da cidade e do estado entoaram o samba enredo "Pändecer sem Jamais Perder a Ternura”, preparado pelo Coletivo Centro de Convivência São Paulo, especialmente para a celebração deste ano.  Da Praça da Liberdade, a passeata seguiu pelo trajeto das avenidas João Pinheiro, Álvares Cabral, Afonso Pena, até a chegada ao Parque Municipal.

Segundo Aparecida Celina, uma das coordenadoras do Fórum Mineiro de Saúde Mental, os 16 anos do desfile revelam o empenho do movimento, que busca a efetivação de uma política pública de saúde. A ação, segundo Celina, “fortalece individualmente os usuários, familiares e trabalhadores”, destaca.

A manifestação, vale lembrar, tem como propósito atrair a comunidade na busca pelo fim do preconceito com as pessoas com transtornos mentais, além de defender a reforma psiquiátrica antimanicomial e a adoção de serviços substitutivos públicos e acessíveis para a população. Justamente os pontos enfatizados, por exemplo, pela membro da Asussam-MG, Sílvia Maria Soares.  “A gente vem manifestar a importância de se incluir mesmo os diferentes”, ressalta.




Para a presidente do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), Marta Elizabete de Souza, esta é uma data muito especial, visto que reúne sociedade, profissionais e usuários dos serviços de saúde mental para um diálogo a respeito da inclusão. É preciso, reforça Marta, “aceitar e compreender as pessoas com a sua cultura o seu modo particular de ser”, afirma.




Confira, no Blog do Canal Minas Saúde, a galeria de fotos desse 16º desfile do Dia Nacional da Luta Antimanicomial.



Fotos: Guilherme Amorim.
Notícia retirada do site: Canal Minas Saúde




quarta-feira, 16 de maio de 2012

Arquivo de notícias: Programação de 18 de maio em BH - Luta Antimanicomial


Brasil - Fórum de Defesa do SUS - UFMG - Carnaval-manifestação, dia 18 de maio, concentração 13 horas na Praça Sete de Belo Horizonte!

Nesse Dezoito de Maio, nossa manifestação   revisitará  a história para reafirmar  o direito à vida em plenitude e para  sustentar os  princípios do Sistema Único  de Saúde, considerando  em  seu conceito amplo, o direito ao trabalho, lazer, moradia e  cultura. Esta escolha vem no sentido de fortalecer  a construção de um outro  mundo possível,  mais  justo,  igualitário e acessível a todos, corroborando para as transformações  sociais pelas quais lutamos. Um sistema único sensível à diferença, para que seja cada vez mais  sensível  em seu fazer.

No  ano de  1987,  no histórico  encontro  dos trabalhadores em  Bauru, o Movimento da Luta Antimanicomial  escolheu  no calendário nacional,  uma  data  para marcar e reafirmar  o sentido de sua existência: "por uma sociedade sem manicômios". Ficou estabelecido o Dezoito de Maio como o dia Nacional da Luta Antimanicomial, para sinalizar o correr da luta para uma conquista inadiável: o espaço para a loucura na cidade e na cidadania.

Belo Horizonte cumpre esta agenda desde então, provocando o pensamento para abrir espaço á implantação da ousada  política de saúde mental  em rede, produzindo as primeiras mudanças e evidenciando a viabilidade de tal intento.

Em  1997, quando a loucura já transpirava e circulava em outro cenário, aconteceu  pela primeira na cidade a   manifestação político cultural no formato de carnaval, e assim é até hoje.

Os  sonhos de liberdade  e as proposições  para sua realização, se expressam de forma lúdica, sensível e crítica, embalados pela Escola de Samba Liberdade Ainda que Tam, Tam, mobilizando a cidade, intervindo na cena urbana ao provocar reflexões sobre o lugar social da loucura em seu encontro com a arte e o pensamento.

Recolhendo fragmentos dos sambas de enredo dos Dezoitos de Maio, desde 1997 até hoje, trazemos aqui um pouco da tônica desse evento artístico, político e cultural em sua disposição e estratégia na realização da utopia ativa e razão de seu acontecer: pelo fim dos manicômios.

A organização cronológica não foi uma preocupação nesse caleidoscópio de invenções musicais, mas vamos lá!

Ponho o pé na avenida, de novo prá te encantar, pois todo ano eu passo por aqui, vou cantando  em versos o que eu vivi, levando nossa bandeira com seus personagens, pois um caminho já se faz aberto.

E bem me lembro que a história  começou com um italiano chamado  Basaglia que viu e anunciou que a loucura estaria nas ruas. E  desde  quando Bispo do Rosário  endoidou e sua arte iluminou, tal e qual, trago minha teia para andar livre em meu caminho.

E  sendo assim, em minhas   vagas e confusas visões, vejo o grande expresso da agonia,  trazendo  como emblema essa folia: Abram alas para aprender a lucidez perdida pelo abuso da razão.

Abram alas para ver no CERSAM a ousadia de uma janela para o ar, e de quebra, pintar o mundo numa aquarela nos Centros de convivência.

E descrevendo o que acontece, lembro-me de ter experimentado que cabeça é palha que fica acesa noite e dia e quando atrapalha, bota remédio em tanta fantasia...

E nas linhas de frente, nos comícios contra os hospícios, desafiei algumas vozes, dizendo: -Me mostra preto no branco, que eu quero ver a verdadeira mentira aparecer.

E no  verso e  reverso do  sonho  por um outro lugar, apostei nas conquistas da nossa luta por delicadeza.

E agora e como sempre, ao  contagiar  a cidade com alegria e irreverência, afirmamos  que em mim e em ti   existe  solidariedade para vencer a exclusão e olha só,  sou mesmo o rei da loucura com muito  samba na cintura. E  por tudo isso, sou maluco, sou beleza. Sou eu mesmo nesse louco encanto!!

E  posso  garantir que foi muita luta prá chegar  até aqui! Por isso, quando a Liberdade Ainda que Tam Tam entrar na avenida, batam  palmas prá nós, pois os  tambores seguirão batucando pelo bem.

Esse é  o  jogo, o  tom, o ritmo e matizes  que afirmam  que a liberdade faz da vida passarela no   Dezoito de Maio em Belo Horizonte e do qual participam(sempre bem vindas) outras   cidades de Minas.

Nesse ano de 2012, trazendo como   eixo o tema "SUS Tentar a Diferença: Saúde não se Vende Gente não se Prende", nossa manifestação vai convocar a todos à defesa da saúde como um direito universal e como um dever intransferível do Estado.

Universalidade, integralidade, equidade  com acesso e controle social  são os princípios caros e inalienáveis  do SUS, resultado de tantas lutas por um Brasil melhor e  para todos!

E  nosso desfile/manifestação cantará  em verso e  prosa, a história e as memórias, os sentidos da luta e  as vitórias,  somados  o desejo de futuro, sem perder o tom, a elegância e nem  a crítica  que constrói e faz crescer.

E aprendemos que   para  alcançar as transformações necessárias à vida em sua  dignidade, só precisamos   de pés livres, de mãos dadas e olhos bem abertos! Então vamos!!

Ala 1- A  primeira ala do desfile 2012,  contará a história da saúde no Brasil e  das lutas populares  na construção da cidadania. Uma história cuja continuidade  espera pelo seu protagonismo.

"Era uma Época Pouco Engraçada, não tinha SUS não tinha Nada"

No Brasil a construção de políticas de saúde tem início com a preocupação do Estado em controlar a "limpeza" do espaço, principalmente o urbano. Como medida de "saúde", mendigos, loucos, prostitutas entre outros excluídos, eram rejeitados socialmente e deviam estar longe da visão da população. Além disso, houve uma época em que o governo pensou que para conter a disseminação das doenças era necessário implantar a vacinação compulsória o que deu origem a Revolta da Vacina. Como a saúde ainda não era uma demanda organizada da sociedade, os governos e patrões estendiam esse direito somente aos que tinham emprego formal. Surge então uma contestação social em que os movimentos começaram a se organizar dizendo que a saúde é necessidade básica. Os conselhos distritais, igrejas e movimentos sociais e de base mobilizaram a realidade nacional dizendo da necessidade da construção de um sistema universal de saúde que atendesse às demandas das pessoas. Com organização popular, trabalhadores e usuários ocuparam a VIII Conferência Nacional de Saúde e foi possível pautar e aprovar na constituição brasileira de 1988 a "Saúde como direito de todos e dever do Estado". Assim, o Sistema Único de Saúde (SUS) é criado e diz que saúde é direito à moradia, trabalho, lazer, educação, além de acesso universal e integral  aos serviços de saúde. Hoje temos um SUS jovem que carece de muitos olhares e incentivos, mas que de pouco a pouco caminha e é tarefa de todos dar seguimento à sua construção, todos os dias.

Ala 2: "A Gente não quer só Remédio, a Gente quer Remédio, Diversão e Arte"

Esta segunda ala mostrará que o avanço da medicina moderna, altamente tecnológica, é paradoxalmente, insuficiente para atender a demanda do ser humano, que quer muito mais do  que oferece o  discurso biologicista  e que hegemonicamente se impõe em nossa sociedade. Os serviços e a lógica de atenção idealizadas e sustentadas pelo SUS tentam, muitas vezes com sucesso, desconstruir a lógica medicalizante e hospitalocêntrica que imperou, sem qualquer questionamento no campo da saúde brasileira.

Esse momento do desfile, será  a  nossa  homenagem às invenções  do SUS, aos serviços que fazendo a diferença, conseguem  ampliar o conceito de saúde para além dos princípios sanitários, em especial, o PSF e os diversos serviços substitutivos da saúde mental, as ações de promoção da saúde como tão bem o fazem os Centros de Convivência,  as Academias da Cidade e intervenções ousadas como a Redução de Danos.

Ala 3:"Não quero ser Selado, Avaliado, Ritalinado, Aprisionado pra poder Voar"

A ala das crianças e adolescentes vai cantar e contar  para  dar conta de que saúde implica diferença: cada um dá sentido  à sua vida como é melhor para si, pois os enquadramentos não permitem o singular. Todas as estratégias de aplicar sobre a infância regras que massificam e igualam, negam essa ideia de saúde. Não dá para pensar que a infância ideal é a da bailarina da música do Chico Buarque, que não tem coceira, não tem piolho, não tem namorado... Meninos e meninas andam nas ruas, por vezes dão pum, usam drogas, por vezes detestam a escola e não raro querem fazer música. As medidas de assepsia e controle do comportamento, podem ser vistas como medidas disciplinadoras, de exercício de poder, mas nem sempre  visam a melhor saúde ou  o   desenvolvimento pleno . Para cada um a saúde é de um jeito, e a de todos deve caber dentro do SUS. Meninos e meninas, adolescentes ou crianças, querem afirmar-se no mundo, curtir, zoar, rir, amar. Muitos terão perebas, frieiras, outros  terão um irmão meio zarolho e muitos levarão suas marcas pela vida.

Ala 4: "SUS pirado? Pändecer no Paraiso!

A ala da loucura, tradição nos desfiles da Liberdade Ainda Que Tam Tam, com  a beleza e irreverência que lhe são peculiares, irá pändecer, colorir  e ousar nos delírios e alucinações por   um mundo que reafirma o Sistema Único de Saúde, com todos os seus avanços e conquistas, mas também com mais financiamento e melhor gestão. Nesta miragem do futuro, os efeitos desse sonho  iluminará os sons, degustará a cor, e escutará o cheiro do vento que anuncia a importância dos  princípios do SUS e da Reforma Psiquiátrica na construção de uma sociedade sem manicômios. E para embarcar confortavelmente nesta "viagem", recorremos a  uma citação de G.B. Shaw que diz: Imaginação é o início da criação. Nós imaginamos o que desejamos;nós seremos o que imaginamos; e, no final, nós criamos o que nós seremos. E assim sendo, o mundo pode ser melhor, o  SUS  vai estar curado  dos males que o atingem desde sua criação, que são o sub-financiamento e má gestão.

Ala 5: "É Tempo de não mais se Contentarem com essas Gotas no Oceano"

Esta ala é uma reverência  a todos os trabalhadores da saúde, homens e mulheres operadores da política pública ampla e ousada, conquista cidadã do povo brasileiro Rendemos nossa homenagem aos protagonistas imprescindíveis no processo de construção e consolidação do SUS,  bem como  suas entidades representativas, sindicatos e conselhos de classe, presentes e atuantes nos fóruns de controle social. Sabemos que a utilização dos avanços tecnológicos e da alta tecnologia não substituirá a atuação de um profissional de saúde na função essencial de atendimento àqueles que necessitam de atenção. Acreditamos na tecnologia das relações enquanto  garantia do vínculo necessário a uma boa gestão clínica. Trabalhar na saúde é uma opção que se direciona no sentido de uma prática voltada para o cuidado das pessoas em sua diversidade.

Tal prática é potencializada, por sua vez, pela articulação e interlocução dos discursos e fazeres de todas as categorias profissionais que asseguram uma assistência qualificada e diversa, por isso, o trabalho em equipe, uma das estratégias mais importantes no campo da saúde. Transversalizar os saberes buscando a efetividade do trabalho compartilhado, vivo e ampliado, considerando os diferentes aspectos   da vida humana, sentido ou razão do trabalho em saúde.

Ala 6:"Sem Saber que era Impossível, ele foi e Fez"

A Sexta e última ala do Dezoito de Maio 2012, traz como tema  a liberdade, propondo uma reflexão acerca desse valor ou condição da existência plena.

O Homem é a sua liberdade,  o Homem é antes de tudo livre. Estas  são  definições sobre as quais nos debruçamos  na tentativa  de achar um ponto de  ligação às questões do cotidiano da  existência. Pensar  a liberdade em relação às amarras da mera sobrevivência, à cadeia do trabalho escravo ou assalariado, à privação dos diversos direitos e a alienação em relação aos nossos deveres de cidadãos é a pergunta que não quer calar.

Entendendo o   crescimento da liberdade enquanto conquista da cidadania, localizamos  o caminho a percorrer e que vai de encontro ao  sentido da nossa luta, hoje e sempre, até  habitarmos uma cidade sem  muros , reais ou imaginários,  que inviabilizam o acesso à condição de ser pensante, criativo e com seus direitos garantidos.

Uma sociedade sem manicômios pressupõe essa liberdade!

E para aquecer  os tamborins,  localizando o sentido das palavras acima, fechamos  esta argumentação  com  o  memorável samba  da Imperatriz Leopoldinense,

Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós...

E que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz.


Arquivo de notícias: Carnaval-Manifestação em Belo Horizonte no Dia Nacional da Luta Antimanicomial


Carnaval-manifestação: Belo Horizonte se prepara para 
o Dia Nacional da Luta Antimanicomial

Neste Dezoito de Maio – Dia Nacional da Luta Antimanicomial, a Rede de Saúde Mental de Belo Horizonte convoca a todos para uma manifestação em defesa da saúde como um direito universal e como um dever intransferível do Estado.

A Escola de Samba Liberdade Ainda que Tam Tam vai embalar a cidade, trazendo como eixo o tema: “SUS Tentar a Diferença: Saúde não se Vende, Gente não se Prende”. O desfile/manifestação irá revisitar a história para reafirmar o direito à vida em plenitude e sustentar os princípios do SUS, considerando seu conceito amplo com direito a trabalho, lazer, moradia e cultura.

O Dia da Luta Antimanicomial tradicionalmente é marcado por um desfile, em formato de escola de samba, pelo centro de Belo Horizonte. Há 14 anos consecutivos a “escola de samba” Liberdade Ainda que Tam Tam sai pelas ruas da cidade defendendo a reforma psiquiátrica antimanicomial. Em 2012, seis alas vão compor o desfile.



Olha o Deizotão aí gente!

A ala “Era uma Época Pouco Engraçada, não tinha SUS não tinha Nada” será o abre alas do desfile 2012, contando a história da saúde no Brasil e das lutas populares na construção da cidadania.

 “A Gente não quer só Remédio, a Gente quer Remédio, Diversão e Arte” vem logo depois, mostrando o paradoxo entre o avanço da medicina, que é altamente tecnológica, mas insuficiente para atender a demanda do ser humano. A ala homenageará as invenções do SUS nos serviços que conseguem ampliar o conceito de saúde para além dos princípios sanitários, como o PSF (Programa Saúde da Família) e os diversos serviços substitutivos da saúde mental.

A terceira ala é das crianças e adolescentes e vem afirmar que a saúde implica a diferença e singularidade. “Não quero ser Selado, Avaliado, Ritalinado, Aprisionado pra Poder Voar” mostra que todas as estratégias de aplicação de regras que massificam e igualam a infância, juventude e adolescência, negam esta ideia de saúde.

A próxima ala é da loucura, tradição nos desfiles da Liberdade Ainda Que Tam Tam. “SUS pirado? Pändecer no Paraiso!” reafirma o Sistema Único de Saúde, com todos os seus avanços e conquistas, reivindicando mais financiamento e melhor gestão.

A ala “É Tempo de não mais se Contentarem com essas Gotas no Oceano” será uma reverência aos trabalhadores e trabalhadoras da saúde, protagonistas no processo de construção e consolidação do SUS, bem como suas entidades representativas, sindicatos e conselhos de classe, presentes e atuantes nos fóruns de controle social.

A sexta e última ala do Dezoito de Maio 2012, traz como tema  a liberdade, propondo uma reflexão acerca desse valor ou condição da existência plena. A ala “Sem Saber que era Impossível, ele foi e Fez” discute o crescimento da liberdade enquanto conquista da cidadania, lutando por uma cidade sem muros, reias ou imaginários.


Dia Nacional da Luta Antimanicomial

No ano de 1987, durante o Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, na cidade de Bauru-SP, o Movimento da Luta Antimanicomial escolheu no calendário nacional uma data para reafirmar a luta “por uma sociedade sem manicômios”. Ficou estabelecido o Dezoito de Maio como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

Desde então, Belo Horizonte cumpre esta agenda, pautando a implantação da ousada política de saúde mental em rede, o que produziu as primeiras mudanças e evidenciou a viabilidade da proposta. Em  1997, aconteceu pela primeira vez na cidade a manifestação político cultural no formato de carnaval e assim vem acontecendo até os dias de hoje.

De forma lúdica, sensível e crítica, a  Escola de Samba Liberdade Ainda que Tam, Tam,  mobiliza  a cidade, provocando reflexões sobre o lugar social da loucura em seu encontro com a arte e o pensamento.

Maiores informações sobre a luta antimanicomial em Belo Horizonte AQUI

por Lívia Bacelete, assessora de Comunicação da Cáritas Regional Minas Gerais, com informações do site Fórum em Defesa do SUS Minas Gerais 


Arquivo de notícias: Simpósio e Caminhada em Varginha no Dia Nacional de Luta Antimanicomial


Simpósio e caminhada marcam Dia Nacional de Luta Antimanicomial em Varginha

A cidade de Varginha se mobiliza pelo Dia Nacional de Luta Antimanicomial. A data simbólica é 18 de maio, porém a Prefeitura de Varginha, através do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), realiza dois dias de atividades, 17 e 18 de maio, com simpósio, caminhada e atividades culturais.

O prefeito Eduardo Carvalho “Corujinha” confirmou presença nas atividades pela Luta Antimanicomial e lembrou que o CAPS e o CAPS AD de Varginha atendem cerca de 2 mil pessoas. “O objetivo é que o trabalho seja sempre humanizado com equipe multidisciplinar no atendimento aos usuários”, ressaltou.

No dia 17, será realizado o 2º Simpósio de Saúde Mental: Reforma Psiquiátrica – Caminhos e Descaminhos. O evento acontece no auditório do Senai (avenida Benjamin Constant, 280 – Centro), a partir das 7h30, com entrada gratuita. A palestra será ministrada pela conselheira da 13ª Plenária do Conselho Regional de Psicologia e especialista em Saúde Mental e na Atenção de Usuário de Álcool e Outras Drogas, Vera Luiza Bartels Fernandes. Logo após a palestra, haverá debate com participação aberta ao público.


Em seguida, a psicanalista de Curitiba (PR) Valdene Rodrigues Amâncio faz o pré-lançamento do livro “Uma Clínica Para o CAPS – A clínica da psicose no dispositivo da Reforma Psiquiátrica a partir da direção da psicanálise”. Depois disso, será realizada mesa-redonda com o tema “Caminhos e descaminhos da Saúde Mental no Sul de Minas” envolvendo profissionais que atuam na Saúde Mental em Varginha e municípios da região. Em seguida, haverá novo debate para encerrar as atividades do dia. O público ainda poderá ver a exposição dos pacientes do CAPS e CAPS Álcool e Drogas (AD) de Varginha.

No dia 18, as atividades começam às 14h com a Caminhada pelo Dia Nacional de Luta Antimanicomial. A saída da caminhada será na sede do CAPS (rua Aristides Paiva, 20 – Vila Paiva). Os pacientes, familiares e profissionais do CAPS percorrerão as principais ruas do centro da cidade com faixas, banners, cartazes, camisetas e carro de som em manifestação pacífica em favor da luta antimanicomial.

A chegada da passeata será na Conha Acústica. Os participantes serão recebidos com apresentações culturais do Batukalata, formada por adolescentes do Propac II, banda Dambrú e os Dinossauros, grupo de dança Os Mulekes Bravos e a banda Os Vantherleios.

CAPS - O objetivo é oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento diário. Em Varginha, o atendimento é feito na sede localizada à rua Aristides Paiva, 20, bairro Vila Paiva.

CAPS AD - É um serviço especializado em saúde mental que atende pessoas com problemas decorrentes do uso ou abuso de álcool e outras drogas em diferentes níveis de cuidado: intensivo (diariamente), semi-intensivo (de duas a três vezes por semana) e não-intensivo (até três vezes por mês). É um serviço ambulatorial territorializado que integra uma rede de atenção em substituição à “internação psiquiátrica", e que tem como princípio a reinserção social. Realiza ações de assistência (medicação, terapias, oficinas terapêuticas, atenção familiar), de prevenção e capacitação de profissionais para lidar com os dependentes. O serviço do CAPS é a porta de entrada do paciente dependente de álcool e drogas no Sistema Único de Saúde. É importante ressaltar que apenas são atendidos os pacientes que buscam ajuda, já que o tratamento é aberto, isto é, não há internação ou qualquer outro procedimento contra a vontade do dependente. O CAPS AD de Varginha fica à rua Maria Antonieta, 275, bairro Bom Pastor.


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