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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

ONU marca dia contra a discriminação

O diretor-executivo do Programa Conjunto da ONU sobre o HIV/Aids, Unaids, Michel Sidibé, lançou esta quinta-feira (27/02) as celebrações do 1º de Março de 2014 como Dia da Discriminação Zero.

Segundo o Unaids, a data serve como "um chamado global para que as pessoas promovam o direito de qualquer um a uma vida digna, sem levar em consideração a aparência, de onde vêm ou quem amam".

Símbolo


O símbolo para a Discriminação Zero é uma borboleta por ela ser reconhecida amplamente como um sinal de transformação.



A prêmio Nobel da Paz e defensora global da agência da ONU pela Discriminação Zero, Daw Aung San Suu Kyi, disse que "as pessoas que discriminam estreitam o mundo dos outros como também o seu próprio".

San Suu Kyi disse "acreditar que o mundo é um lugar onde todos podem florescer".

No Dia Mundial da Luta contra a Aids, em 1 de dezembro, a prêmio Nobel da Paz e defensora global para a Discriminação Zero lançou a campanha # zerodiscrimination.


Campanhas

O diretor-executivo do Unaids disse ainda que "a resposta global contra a doença mostrou ao mundo uma grande lição de tolerância e compaixão." Sidibé afirmou que "todos sabem agora que os direitos à saúde e à dignidade pertencem a qualquer um".

Segundo ele, "trabalhando juntos será possível modificar as pessoas, as comunidades e o mundo para alcançar a Discriminação Zero."
Celebridades

Muitas celebridades internacionais se juntaram à campanha "Discriminação Zero" gravando mensagens de vídeo ou tirando fotografias com o símbolo do movimento, uma borboleta.

Entre os que participam da iniciativa estão a embaixadora da Boa Vontade do Unaids, a cantora Annie Lennox, o jogador de futebol David Luiz, a atriz e ativista Michelle Yeoh e a princesa Stephanie, de Mônaco.

Setor Privado


O Unaids informou que o setor privado está tendo uma participação muito importante para marcar a data.

Na África do Sul, por exemplo, o Standard Bank, antigo parceiro da agência da ONU no combate à Aids, vai promover uma campanha na mídia social durante todo o dia.

No Malaui, cerca de 3,5 milhões de assinantes da maior operadora de telefonia móvel do país vão receber uma mensagem sobre o Dia da Discriminação Zero.

Em Mianmar, a campanha alcançará o esporte com dois times de futebol prometendo apoio à iniciativa. Eventos similares estão marcados também em Belarús e em Honduras envolvendo a participação de jovens, minorias e homossexuais num amplo diálogo sobre o assunto.

Fonte: Rádio ONU em Nova York

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Brasil precisa mensurar impactos da discriminação na saúde da população, defende especialista


Brasília - Casos de discriminação são facilmente identificados por quem é alvo de piadas, chacotas, olhares atravessados ou tratamentos diferenciados. Mensurar os impactos que esses episódios trazem à saúde das pessoas, entretanto, ainda não é comum no Brasil. Para o professor João Luiz Bastos, do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), estratégias difundidas internacionalmente podem ajudar o país a entender como a discriminação pode estar associada, por exemplo, ao aumento da ocorrência de casos de depressão, ansiedade e hipertensão.

“A literatura internacional aponta uma forte relação entre quadros de alteração na saúde com o fenômeno da discriminação. É importante que, no Brasil, também sejam desenvolvidos estudos que identifiquem esse impacto, levando-se em conta nossas formas de sociabilidade e de tratar as pessoas em diferentes instâncias, para ver se aqui também essas relações se confirmam e de que forma elas se confirmam”, defendeu Bastos, que é autor do livro Discriminação e Saúde: Perspectivas e Métodos, lançado em novembro pela Editora Fiocruz.

Entre as metodologias que podem ser utilizadas por pesquisadores brasileiros, citadas na obra produzida em parceria com o professor Eduardo Faerstein, do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), está a conhecida como auditagem.

Por meio dela, são selecionados pares de pacientes com características semelhantes, exceto o aspecto que caracteriza a discriminação que se pretende investigar. Eles se apresentam em um serviço de saúde com os mesmos tipos de roupa e formas de comunicação e solicitam o mesmo tratamento.

“Se houver tratamento diferenciado, com encaminhamentos diferentes, poderá ser detectada a discriminação e o prejuízo para o tratamento de determinada patologia”,  disse.

Segundo João Luiz Bastos, estudos que identifiquem e quantifiquem essas circunstâncias são fundamentais para reduzir a falta de equidade na saúde, “que podem estar nas relações entre profissionais de saúde e pacientes, na prescrição de tratamentos medicamentosos ou de outros procedimentos cirúrgicos e terapêuticos, assim como na própria satisfação dos usuários com o atendimento prestado”.

O professor da UFSC também citou a aplicação de “grandes inquéritos” que incluam perguntas sobre experiências discriminatórias e sobre o desenvolvimento de problemas de saúde. “Dessa forma, pode-se avaliar os dados e examinar a relação entre as experiências vividas e a ocorrência de agravos à saúde”, explicou.

O professor destacou o caráter inovador do tema, ressaltando que somente durante a década de 1990 a discriminação passou a ser encarada como um fenômeno complexo, nem sempre identificado. Ele lembrou que, antes de 1920, a discriminação racial, por exemplo, sequer era entendida como um problema importante de pesquisa. Segundo ele, a discriminação em qualquer área do cotidiano das pessoas pode trazer prejuízos à saúde.

A aposentada Noádia Almeida diz que já perdeu a conta das vezes que foi alvo de discriminação por causa da cor de sua pele. Em um dos episódios, ela foi impedida de deixar uma loja de departamentos na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, após ter trocado uma peça que tinha comprado para a filha.

“Eu estava saindo da loja quando dois seguranças me mandaram segui-los até um outro setor e disseram a outro funcionário: ´pegamos a crioula com a muamba no saco’. Como eu tinha a nota fiscal, consegui provar que a peça era minha, mas foram minutos de muita angústia, de muito nervosismo. Todo mundo me olhando, foi um horror”, contou ela, que chegou a faltar um dia ao trabalho por causa do “violento estresse emocional”.

O Ministério da Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que não tem dados sobre os impactos da discriminação na saúde da população, mas destacou que desenvolve várias ações para ligadas ao tema, como as associadas à Política Nacional de Humanização, lançada em 2003. Por meio da iniciativa, os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) são treinados e capacitados no atendimento que garanta a defesa dos direitos dos usuários, qualquer que seja sua classe social, cor da pele ou condição física ou psicológica.

Fonte: Agência Brasil 
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