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quinta-feira, 8 de maio de 2014

'Surra' na infância induz a uso de droga, aponta estudo


Matos apanhava do pai e, para escapar, fumava maconha

Sofrer agressão física durante a infância ou adolescência aumenta em quase três vezes o risco de dependência química na idade adulta, aponta pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgada nesta quarta-feira, 7. Segundo o 2.º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), 21,7% dos brasileiros apanharam dos pais ou cuidadores quando crianças. Entre usuários de maconha, número sobe para 47,5%. Entre os dependentes de cocaína, é de 52%.

Segundo os pesquisadores, a criança ou o adolescente que sofre agressão fica neurologicamente mais vulnerável ao uso futuro de drogas. “Sabemos que qualquer tipo de evento estressante no começo da vida afeta áreas do cérebro que são as mesmas responsáveis pelo desenvolvimento de dependência química e também pela administração do nosso humor, da nossa motivação”, explica Clarice Madruga, pesquisadora da Unifesp e uma das coordenadoras do estudo.

Segundo Clarice, esse estresse torna a pessoa mais vulnerável para desenvolver dependência. “Claro que também vai depender de outros fatores ambientais, como a facilidade de obtenção da droga e o amparo social que a pessoa tem.”

Usuário de crack, cocaína e maconha, o mecânico Donizete Matos, de 28 anos, diz ter iniciado o consumo de drogas depois que começou a apanhar frequentemente do pai, aos 12 anos. “Meus pais se separaram e fui morar com o meu pai. Só que minha madrasta não gostava de mim, e eu apanhava muito, geralmente sem motivo”, conta o mecânico, que frequenta a Cracolândia, no centro da capital paulista.

Ainda hoje, ele mostra um desvio no osso do nariz e uma cicatriz na perna como marcas das agressões que sofria. “Ele me dava soco, me cortava com faca de cozinha. E eu não aguentava apanhar sozinho, sem poder fazer nada. Ia fumar maconha.” Agora que sua mulher, também dependente química, está grávida, Matos quer parar de usar drogas.

Clarice afirma que a prevalência de crianças agredidas no Brasil é muito superior à observada em outros países que registram a estatística. “Enquanto aqui temos 21,7%, em outros países o índice nunca passa de 12%.” Para a pesquisadora, a agressão contra os filhos não pode ser vista como natural. “É preciso pensar no trabalho de prevenção e estimular que a agressão seja denunciada. As escolas e as unidades de saúde devem ser treinadas para identificar a criança que sofreu algum abuso. Também temos o Disque 100, uma central para denunciar qualquer tipo de violação dos direitos humanos.”

Abuso e bullying.

O Lenad mostrou ainda que 5% dos brasileiros relataram já ter sofrido abuso sexual na infância ou adolescência. O índice chega a 7% quando analisados os dados das entrevistadas do sexo feminino. Na maioria dos casos (58%), o autor do abuso era um parente ou amigo da família.

As mulheres também são os maiores alvos de bullying, de acordo com a pesquisa da Unifesp. Entre os homens, 12,1% dos entrevistados disseram já ter sido vítimas da prática. Entre as entrevistadas, o índice foi de 13,8%.

A agressão verbal foi o tipo de bullying mais sofrido pelos que responderam a pesquisa (12%), seguido pelas provocações indiretas, como fofocas, rumores e isolamento social, citadas por 5% dos entrevistados. Os pesquisadores da Unifesp entrevistaram 4.607 pessoas com mais de 14 anos, em 149 municípios brasileiros.

Fonte: Agência Estado/ Foto Evelson de Freitas/Estadão

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Arquivo de notícias: Grávidas estressadas podem gerar crianças mais propensas ao bullying


Crianças cujas mães estavam estressadas durante a gravidez são mais propensas a sofrer bullying na escola, aponta nova pesquisa. As informações são do site Daily Mail.

O estudo, que contou com 9 mil crianças, concluiu que a ansiedade sentida pela mãe durante a gravidez pode ser transmitida ao bebê ainda no útero. As crianças geradas sob essas condições têm mais tendência a chorar, fugir e se sentirem ansiosas ao ir para a escola, fatores que as transformam em presa fácil para o bullying.

"Quando somos expostos ao estresse, grandes quantidades de neurohormônios são liberadas na corrente sanguínea e, em uma mulher grávida, isso pode mudar o desenvolvimento do sistema de resposta ao estresse do feto", explicou Dieter Wolke, professor da Universidade de Warwick e líder da pesquisa, publicada pelo Journal of Child Psychology and Psychiatry.

"Esse é o primeiro estudo que investiga o estresse durante a gravidez relacionado à vulnerabilidade da criança em relação ao bullying. Essa mudança no sistema de resposta ao estresse pode afetar o comportamento delas e como reagem ao incômodo de sofrerem brincadeiras desagradáveis", acrescentou Wolke. 

Durante o estudo, os pesquisadores identificaram os principais estresses pré-natais, como problemas financeiros e a saúde mental da mãe. "A coisa toda acontece como um ciclo visioso. Uma criança com o sistema de resposta ao estresse alterado está mais propensa a sofrer bullying, o que afeta novamente o sistema de estresse e aumenta também a probabilidade de problemas com a saúde mental na vida adulta", concluiu o professor.

Fonte: Saúde Terra
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