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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Rap da Saúde desafia tuberculose no Alemão

Eli Geovane Sant’anna | Complexo do Alemão | 25.11.2013

Os adolescentes do Rap da Saúde
Os adolescentes do Rap da Saúde realizam eventos para informar os jovens sobre a tuberculose

Levantamentos do Ministério da Saúde mostraram que, desde março deste ano, o Rio de Janeiro foi o estado com maior incidência de tuberculose no país. Em favelas como as do Complexo do Alemão, onde as condições de vida são mais baixas e a aglomeração de pessoas é alta, a vulnerabilidade à doença é maior. No Alemão, a taxa de incidência da doença foi de 53,5 pessoas a cada 100 mil habitantes em 2012 (o conjunto de favelas conta, segundo estimativa publicada no portal do Governo do Estado, 120 000 habitantes). O dado ainda é parcial, mas dá idéia da gravidade do problema.
 
Mineiro e Matinha são, de acordo com os agentes de saúde do Alemão, as comunidades mais afetadas pela doença e fazem parte do itinerário do Rap da Saúde (Rede de Adolescentes e Jovens Promotores da Saúde). Neste projeto, jovens voluntários de 14 a 20 anos realizam periodicamente, pelas ruas e casas das comunidades, um “arrastão da saúde”. Eles organizam eventos nas estações do teleférico e distribuem informativos. Um catavento de papel, feito pelos próprios adolescentes, é dado à população, simbolizando e sinalizando o meio de propagação da tuberculose: o ar. O projeto, no Alemão, é promovido pela Coordenação de Políticas e Ações Intersetoriais da Superintendência de Promoção da Saúde, da Prefeitura do Rio, pela ONG Educap (Espaço Democrático de União Convivência, Aprendizagem e Prevenção), pelo Fórum de Tuberculose e pelo Centro de Promoção da Saúde (Cedaps).

Matheus dos Santos, 17 anos, descobriu a doença enquanto prestava serviço voluntário com a rede de jovens da saúde. Hoje, para sua alegria, o adolescente que antes informava sobre a doença, agora se encontra curado. “Independente de ser jovem ou não, as pessoas podem e devem se prevenir. O jovem hoje em dia acha que é imune a qualquer coisa, e a realidade é bem diferente disso”, afirma Matheus, ressaltando também a importância da família na prevenção e no tratamento da doença. 

Informar para superar o preconceito

A ação dos adolescentes do Rap da Saúde envolve a prevenção a outras doenças que, a exemplo da AIDS ou da diabete, enfraquecem o sistema imunológico, tornando-o mais vulnerável à tuberculose. Os adolescentes distribuem por exemplo preservativos nas comunidades que percorrem, tendo constatado o quanto é alarmante a desinformação sobre doenças sexualmente transmissíveis, inclusive entre os mais jovens. A dificuldade, no entanto, é evitar a confusão entre as doenças e seus modos de transmissão. Segundo o Ministério da Saúde, a tuberculose representa a primeira causa de morte entre pacientes com AIDS no Brasil. O teste anti-HIV tornou-se em consequencia uma prática comum entre os pacientes contaminados pelo bacilo de Koch, gerando medo e preconceito em torno de ambas as doenças.
Lúcia Cabral, presidente da Educap, ressalta o valor deste trabalho de informação realizado pelo RAP da Saúde. “Insisto nesta campanha pois ainda há preconceito das pessoas que adquirem a doença e das que estão próximas delas. Isso faz com que muitas vezes elas não procurem as unidades de saúde”, aponta Lúcia, que já teve que orientar moradores para hospitais próximos, por causa do receio de não terem seu anonimato garantido nas clínicas de saúde da comunidade, e do medo de tornarem-se vítimas do preconceito que ainda envolve a tuberculose.

Carolina Cruz, gerente de ações de controle da tuberculose no Estado do RJ, informou que, atualmente, todos os casos notificados são tratados pelos agentes de saúde, para garantir um melhor acompanhamento. Estes utilizam o modelo DOTS (sigla em inglês para Tratamento Diretamente Observado), com o qual o profissional de saúde monitora cada dose do medicamento tomada pelo paciente, evitando abandono do tratamento quando os sintomas desaparecem.

Os profissionais do Alemão, assim como os de toda rede, estão orientados a esclarecer a população sobre a doença e a identificar os sintomas e promover espaços para discussão visando à redução do abandono do tratamento.
 
A tuberculose em questão:
 

Como é feito o tratamento? A agente comunitária de saúde Cláudia Souza explica que quando a doença é detectada, imediatamente o paciente é encaminhado para o médico, que inicia a medicação fornecida pela Clínica da Família. Após iniciar tratamento, o portador da doença deixa de transmiti-la. Todos os componentes da família realizam o exame de escarro.

Como acontece a transmissão da doença? Ela ocorre quando uma pessoa com tuberculose elimina bacilos no ar que são aspirados por outra pessoa. Aquele que se contaminou com os bacilos da tuberculose poderá adoecer ou não, dependendo da quantidade de bacilos aspirados e do seu sistema imunológico – isto quer dizer que nem todos que se contaminam com o bacilo adoecerão. Por isto, as pessoas com sistema de defesa mais fraco são mais vulneráveis – como é o caso de portadores da Aids e de diabetes, e das camadas mais pobres da população, que têm suas defesas enfraquecidas por precárias condições de vida.

Quais são os sintomas da tuberculose? Tosse há mais de 15 dias, cansaço, febre vespertina, sudorese noturna, perda de apetite, hemoptóicos (escarro com estrias de sangue) e hemoptise (escarro de sangue) são algumas dos sinais de contração da doença.

Para mais informações:
Programa de Controle da Tuberculose do Estado do Rio de Janeiro
Tel. 21 2333-3848

Fonte: Viva Favela

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Exposição em Petrópolis exibe arte africana colecionada por pesquisadores da Fiocruz


Rio de Janeiro - Depois de receber cerca de 7 mil visitantes - durante os três meses em que ficou no Museu da Vida, no campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Manguinhos, zona norte do Rio -, a exposição O Corpo na Arte Africana chega nesta terça-feira (29) ao Palácio Itaboraí, em Petrópolis, na região serrana do estado. A mostra, que poderá ser vista até o fim de abril, apresenta 140 esculturas, máscaras e objetos trazidos por pesquisadores da Fiocruz em missão no Continente Africano.

Segundo a Fiocruz, a exposição celebra a cooperação do Brasil com a África, nas áreas de educação, pesquisa e saúde, e também a abertura, no ano passado, do primeiro escritório internacional da instituição em Maputo, capital de Moçambique.

Um dos curadores e responsável pelo maior número de obras da mostra, o pesquisador Wilson Savino conta que começou a coleção há cerca de dez anos, inicialmente sem uma preocupação maior além de adquirir o que via e gostava. “Montar a coleção foi um grande prazer e agora é uma oportunidade incrível poder exibi-la e contribuir para a difusão da riquíssima arte africana em nosso país”.

Desde 2008, Savino coordena o mestrado em ciências da saúde que a Fiocruz ministra em Moçambique. Além dele, também cederam obras de seus acervos pessoais para a exposição três pesquisadores - Wim Degrave, Rodrigo Corrêa de Oliveira e Paulo Sabroza. Todos eles têm atuado na última década em países africanos, a serviço da Fiocruz, em pesquisas científicas e na área de educação em saúde.

Com objetos de cerca de 50 etnias, a mostra é dividida em cinco módulos: Corpo Individual & Corpos Múltiplos, Sexualidade & Maternidade, A Modificação e a Decoração do Corpo, O Corpo na Decoração dos Objetos e Máscaras como Manifestação Cultural.

Construído em 1892 e antiga residência de verão dos governadores fluminenses, o Palácio Itaboraí é um prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Desde 1998 em mãos da Fiocruz, abriga hoje o Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura, que debate temas vinculados às desigualdades sociais e à saúde.

Com entrada grátis, a exposição O Corpo na Arte Africana poderá ser visitada de terça-feira a sábado, das 9h às 16h. O Palácio Itaboraí fica na Rua Visconde de Itaboraí, 188, no bairro Valparaíso.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ministério da Cultura e UFRJ realizam Curso de Especialização em Acessibilidade Cultural em 2013


O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro realizam, em 2013, por meio de Acordo de Cooperação, o Curso de Especialização em Acessibilidade Cultural. O Curso tem como fundamento a busca de soluções necessárias para uma cultura democrática e inclusiva e a formação de agentes multiplicadores, tendo como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, adotada pela Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O curso tem como objetivo geral formar especialistas em acessibilidade cultural para atuar no campo das políticas culturais, orientando e implementando conteúdos, ferramentas e tecnologias de acessibilidade que proporcionem fruição estética, artística e cultural para todas as condições humanas a partir do enfoque da eficiência. A Especialização em Acessibilidade Cultural, que terá 42 vagas, pretende ainda oferecer ao aluno capacitação em acessibilidade cultural a partir de uma grade de conteúdos que proporcione conhecimento desde a gestão em políticas culturais, bem como conhecimento sobre as deficiências, legislação e tecnologias de fruição para a acessibilidade cultural de pessoas com deficiência.

O curso terá carga horária total de 360 horas e as aulas serão oferecidas em 9 blocos de 40 horas semanais, uma semana por mês, durante 9 meses. Tal modelo se deve ao fato do curso ser oferecido para diferentes regiões e estados do país. Desta forma, ao concentrar as aulas durante uma semana em cada mês, buscou-se viabilizar a presença dos candidatos de fora do município do Rio de Janeiro.

Das 42 vagas para o curso, 27 delas serão destinadas a gestores públicos concursados de instituições culturais públicas de todo o território nacional, contemplando cada um dos estados da Federação. Outras 05 vagas serão ocupadas por representantes de Pontões de Cultura, de cada uma das regiões da Federação, devidamente conveniados junto à Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural ou às Secretarias Estaduais ou Municipais de Cultura, conveniados no Programa Mais Cultura. O curso destinará ainda 05 vagas, também distribuídas por cada região, para representantes de instituições da sociedade civil, que atuam no campo da deficiência e da cultura. Outras 05 vagas serão oferecidas para docentes de Cursos de Terapia Ocupacional ou áreas afins de Universidades Públicas.

 Inscrição

Os interessados em fazer o Curso de Especialização em Acessibilidade Cultural poderão fazer a inscrição, online, no endereço www.medicina.ufrj.br/acessibilidadecultural. O período é de 21 de janeiro a 1º de março de 2013. A Comissão de Seleção, composta por 05 representantes do Curso de Especialização e 05 representantes do Ministério da Cultura, se reunirá nos dias 11 a 13 de março para o julgamento das candidaturas. Os selecionados serão divulgados no dia 15 de março e, do dia 18 a 19 de março, os interessados podem entrar com recurso por meio do e-mail acessibilidadecultural@medicina.ufrj.br. O resultado final será divulgado dia 22 de março de 2013 e o período das matrículas será de 11 a 15 de abril.

Confira abaixo o Edital do Curso de Especialização em Acessibilidade Cultural.


(Redação: Heli Espíndola, Comunicação/SCDC)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Semana Nacional Ciência, Cultura e Saúde


Semana Nacional Ciência, Cultura e Saúde 

Por meio de performances teatrais, musicais, e cortejo feito pelas ruas do Rio de Janeiro, participantes abordam temas como saúde e cuidado

O profano e o sagrado foram lembrados por meio de canções e representações no primeiro dia da Semana Nacional Ciência, Cultura e Saúde, realizada no Rio de Janeiro entre 3 e 5 de dezembro. Músicos, atores, profissionais de saúde, representantes de movimentos indígenas, negros, religiosos, homossexuais e travestis, entre outros grupos, ocuparam a Candelária – praça localizada no centro da cidade – com performances teatrais e musicais, que mostravam vivências e reflexões sobre saúde e cuidado.

Cortejo na Cinelândia - Foto: Claudio Prata
Um boneco gigante da psiquiatra Nise da Silveira, precursora da ideia de uma atenção mais cuidadosa e humanizada para o doente mental, e um carro abre alas com uma onça pintada puxaram um cortejo que convidava as pessoas e os cidadãos a pensarem sobre saúde. Cantos falavam sobre a importância da paz, da necessidade do respeito às diferenças e de dar voz ao sentimento de inconformidade para transformar uma sociedade doente que está se matando por meio da violência, do stress e pela perda do contato com a capacidade de ser feliz, gentil e cuidadoso.
Boneco Nise da Silveira. Foto: Marcus Plessman

Da praça, localizada próxima a espaços culturais importantes como a Biblioteca Nacional e os teatros Municipal e o de Dança e Música, o cortejo seguiu pelas ruas do centro do Rio até o Palácio Capanema. Sob os pilotis do Palácio, uma feira de saúde e cultura apresentava práticas como reflexologia, auriculoacupuntura, massagem terapêutica e reiki. Algumas Organizações não governamentais mostraram suas atividades como a Mães pela Igualdade, que disponibilizou totens com depoimentos de mulheres sobre a luta pelo respeito aos seus filhos homossexuais. “Meu filho sempre foi discriminado na escola, na escola, na rua, na igreja. A sociedade abre espaços para os gays, mas também tem um enorme preconceito”, disse a representante de Brasília Jacinta Fonte.
Feira e Ocupação - Palácio Capanema. Foto: Claudio Prata

A Escola Municipal Professor Eliseu Paglioli, de Porto Alegre (RS) atende alunos com deficiência intelectual e expôs caleidoscópios feitos em oficinas de educação ambiental, em que são ensinados conceitos de redução, reaproveitamento e reciclagem.  

O segundo dia de atividades foi realizado no campus da Fiocruz, na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), com a continuidade da feira saúde e cultura e início das discussões dos grupos de trabalho, sobre os seguintes temas: práticas tradicionais em saúde; práticas integrativas e complementares em saúde; equidade em saúde e cultura; saúde indígena; saúde mental; a arte e o cuidado à saúde (promoção, prevenção e reestabelecimento da saúde); controle social, participação e solidariedade; acesso a conhecimentos e expressões culturais tradicionais e necessidades de formação para apoiar a gestão, os serviços e as práticas na interface saúde e cultura.

Feira Saúde e Cultura na ENSP. Foto: Comunicação Fiocruz

O terceiro e último dia de atividades aconteceu no Instituto Nise da Silveira, trazendo para a prática a articulação entre saúde e cultura. Foi realizada a plenária resultante dos grupos de trabalho organizados no segundo dia de atividades, seguido de um momento de apresentação da Rede, sempre entremeados de manifestações culturais.

Plenária no Instituto Nise da Silveira. Foto: Marcus Plessman

A Semana é promovida pela Fiocruz, por meio da FIOCRUZ Brasília – Programa de Educação, Cultura e Saúde (Pecs) -, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Ensp, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Icict); pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, (SCDC/MinC); pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão Participativa, pelas Secretarias Estaduais de Cultura e Saúde do Rio de Janeiro, e pela Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, por meio do Núcleo de Cultura, Ciência e Saúde, com a colaboração de movimentos sociais, entre outros.

Fonte: Portal Fiocruz, com colaboração da Rede Saúde e Cultura Minas Gerais.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Começa o I Encontro Nacional da Rede de Saúde e Cultura

Começou hoje o I Encontro Nacional da Rede Saúde e Cultura, dentro da

Semana Ciência, Cultura e Saúde: Direito à Diversidade Cultural no cuidado à Saúde

Foto: Claudio Prata
Três eventos compõem a Semana: o I Encontro Nacional da Rede Saúde e Cultura, o VIII Simpósio de Ciência, Arte e Diversidade em Saúde e o I Conexão Internacional Saúde e (Ciber) Cultura. Os dois primeiros são presenciais e as atividades devem acontecer em espaços no Rio de Janeiro, ainda a serem definidos. Já a Conexão Internacional ocorrerá no ambiente virtual da Rede Saúde e Cultura.



Acompanhe mais notícias pelo grupo do facebook:

Veja aqui a gravação do primeiro dia:

Fique ligado, estará ocorrendo a transmissão online do evento. Acompanhe as notícias através do site www.saudecultura.fiocruz.br

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Arquivo de notícias: Copa do mundo - Valcke é recebido com protesto de indígenas no Maracanã


Valcke é recebido com protesto de indígenas no Maracanã

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, foi recebido com protesto na sua visita oficial ao Estádio Maracanã na tarde desta segunda-feira. Onze índios fizeram danças e entoaram gritos de guerra em frente ao local.

O protesto é contra a remoção da Aldeia Maracanã, que ocupa o antigo prédio do Museu  do Índio, vizinho ao estádio. O governo do estado pretende demolir o prédio para aumentar a capacidade de estacionamento do estádio durante a Copa do Mundo de 2014.

Indígenas fizeram protesto na chegada de Valcke ao Maracanã

Os índios entregaram uma carta ao dirigente pedindo que não haja a demolição do museu. "É muita falta de respeito tentar tirar os índios que já viviam ali muitos anos antes do projeto do Maracanã", afirmou o cacique Carlos Tukano, que mora na aldeia há seis anos. "Aguardamos uma posição da Fifa em defesa da minoria", completou.

Tukano lembrou ainda que o museu carrega a memória dos povos indígenas do passado e do presente. Representantes da escola municipal Friedenreich, que também será removida, e dos parques aquático e de atletismo, que terão o mesmo fim, também estão no local. 

Com Portal Terra

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Arquivo de notícias: Encontro debate criação do Observatório de Políticas Culturais e Planos de Salvaguarda


Encontro debate criação do Observatório de Políticas Culturais 
e Planos de Salvaguarda


A 3ª Reunião Técnica sobre Políticas e Planos de Salvaguarda para o Patrimônio Cultural Imaterial da América Latina será realizada no Rio de janeiro, entre os dias 26 e 28 deste mês, no Centro Lúcio Costa, no Edifício Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. O Centro Regional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da América Latina (Crespial) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) promovem o evento, durante o qual será apresentada a proposta de criação do Observatório de Políticas Culturais e Planos de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.


A programação inclui debates sobre memória e identidade, sistemas de monitoramento, cartografia social, terras indígenas e patrimônio cultural em risco. O objetivo do observatório é a divulgação de informações sobre a salvaguarda de bens culturais imateriais, nos países integrantes do Crespial (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela). Nestes países, o processo de elaboração de políticas culturais e salvaguarda das expressões culturais é desenvolvido de acordo com a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da Unesco, promulgada em ano 2003.

Com a criação do observatório, os países membros do Crespial poderão analisar com mais agilidade e eficiência, os problemas e dificuldades comuns que surgem durante as ações de salvaguarda, de acordo com determinados indicadores de políticas culturais.  Também será intensificada a troca de experiências entre técnicos, pesquisadores, comunidades e detentores dos bens culturais imateriais. 

Serviço
3ª Reunião Técnica sobre Políticas e Planos de Salvaguarda para o Patrimônio Cultural Imaterial da América Latina
Data: 26 a 28 de novembro de 2012
Local: Edifício Palácio Gustavo Capanema
 Rua da Imprensa, 16 - Centro
 Rio de Janeiro - RJ

Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação IPHAN 
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br 
(61) 2024-5476 / 2024-5477 
Chico Cereto – chicocereto@gmail.com 
(21) 2233-6334 / 9127-7387 

Fonte: Portal Iphan


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Notícias do I Encontro Nacional da Rede Saúde e Cultura


Semana Ciência, Cultura e Saúde: Direito à Diversidade Cultural no cuidado à Saúde

Os ministérios da Cultura, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, e da Saúde, por meio da Fiocruz, realizam de 3 a 5 de dezembro, no Rio de Janeiro, a Semana Ciência, Cultura e Saúde. Direito à diversidade nos cuidados à saúde é o tema central da Semana que tem por objetivo promover o intercâmbio de experiências, o diálogo, e proporcionar o aprendizado e a construção coletiva entre atores das áreas da saúde, cultura, educação, meio ambiente, desenvolvimento científico, tecnológico e social, além dos movimentos sociais.

Três eventos compõem a Semana: o I Encontro Nacional da Rede Saúde e Cultura, o VIII Simpósio de Ciência, Arte e Diversidade em Saúde e o I Conexão Internacional Saúde e (Ciber) Cultura. Os dois primeiros são presenciais e as atividades devem acontecer em espaços no Rio de Janeiro, ainda a serem definidos. Já a Conexão Internacional ocorrerá no ambiente virtual da Rede Saúde e Cultura.

As inscrições para o encontro estão abertas até o dia 26 de novembro e podem ser feitas pelo endereço http://www.saudecultura.fiocruz.br/encontro/. Foram elencados nove temas para discussão: Práticas Tradicionais em Saúde; Práticas integrativas e complementares em saúde; Equidade em saúde e cultura; Saúde Indígena; Saúde Mental; A Arte e o cuidado à saúde (promoção, prevenção e reestabelecimento da saúde); Controle social, participação e solidariedade; Acesso a conhecimentos e expressões culturais tradicionais e Necessidades de formação para apoiar a gestão, os serviços e as práticas na interface saúde e cultura.

Apresentações artísticas culturais como o “Auto da Paixão” da Dra. Nise da Silveira, cortejo de rua, rodas de conversa, lançamento da publicação “Retratos da interface entre Cultura e Saúde no Brasil”, além de trocas de experiências e exposição de práticas integrativas entre saúde e cultura são atividades programadas

A Semana é promovida pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, (SCDC/MinC); pela Fiocruz, por meio da FIOCRUZ Brasília – Programa de Educação, Cultura e Saúde (Pecs) -, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Icict); pela Secretaria de Gestão Participativa do Ministério da Saúde, pelas Secretarias Estadual e Municipal de Cultura e Saúde do Rio de Janeiro, por movimentos sociais, entre outros.

Encontro Nacional

I Encontro Nacional da Rede Saúde e Cultura proposto no âmbito da “Semana Ciência, Cultura e Saúde: Direito à Diversidade Cultural no cuidado à Saúde”, ocorrerá no Rio de Janeiro, de 26 a 30 de novembro de 2012, juntamente com o VI Congresso de Ciência, Arte e Cidadania e da I Conexão Internacional de Saúde e Cultura.

Participarão do Encontro agentes de diversos campos de atuação como saúde, educação, meio ambiente, cultura, desenvolvimento científico e tecnológico, movimentos sociais, entre outros. Durante a programação serão realizadas oficinas, mesas redondas, trabalhos em grupo, exposição de produtos e dinâmicas de construção de ações colaborativa entre os atores presentes, de forma a orientar a atuação da Rede Saúde e Cultura.

O Encontro Nacional é realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC). Trata-se de uma das estratégias de mobilização, educação e mapeamento participativo da Rede Saúde e Cultura, que tem por objetivo fortalecer ações de promoção e cuidado à saúde que respeitem a diversidade cultural e a participação social.


O que é a Rede Saúde e Cultura?

A Rede Saúde e Cultura tem como principal missão promover a saúde e a qualidade de vida. Para isso, tem como proposta atuar por meio da gestão colaborativa, em que os agentes das áreas de saúde e cultura dialogam com outras políticas relacionadas. Sua atuação tem como base o pensar e o fazer por meio do diálogo, com respeito à diversidade baseada na troca de saberes e conhecimentos variados.

A Rede Saúde e Cultura atuará na gestão e sistematização de informações e conteúdos multimídia para a dinamização das iniciativas de cultura e saúde. O objetivo é a troca de experiências e a comunicação entre estas iniciativas por meio de um espaço virtual e a realização de ações presenciais por todo o país.

As ações promovidas pela Rede buscam a participação democrática, de modo que seus participantes possam construir, compartilhar e trocar experiências. Por meio deste trabalho, a Rede potencializa as ações que envolvem saúde e cultura no Brasil e possibilita a interação entre as pessoas que atuam neste segmento.

Confira aqui a Programação da Semana.

Serviço:
Semana Nacional Ciência, Cultura e Saúde
Data: 3 a 5 de dezembro
Local: Rio de Janeiro
Informações: (61) 3329-4521 / 4604 / 4522 | redesaudecultura@fiocruz.br

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Arquivo de notícias: Laboratório de Políticas Culturais quer integrar tradição oral e conhecimento acadêmico

   Rio de Janeiro –  Representantes de dezenas de pontos de cultura do país reuniram-se hoje (20/10) no campus da Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), zona sul, para o lançamento do Laboratório de Políticas Culturais – Universidade Griô Campus Rio. Os griôs são pessoas detentoras das histórias de um povo, repassadas oralmente por meio das gerações.

O projeto foi desenvolvido pela Rede Ação Griô e a Escola de Comunicação da UFRJ (ECO), Campus Rio. A gestão será compartilhada entre a academia e os movimentos sociais para elaborar, programar e implementar políticas públicas para cultura no Brasil. O laboratório será mantido com orçamento de R$ 800 mil do Ministério da Educação.

Para um dos organizadores do evento e coordenador do projeto, Alexandre Santini, a inauguração do laboratório é uma conquista da sociedade civil organizada e demonstra que é possível interligar o saber tradicional oral e o acadêmico de forma rica e criativa.

“A sociedade civil não é apenas uma receptora das políticas públicas e nesse laboratório a sociedade concebe, propõe experiências de gestão da política cultural. O projeto vai ter várias linhas de ação e vai possibilitar a mediação entre a tradição oral e a educação formal”.

Santini explicou que a internet será uma grande ferramenta na potencialização da tradição oral, por meio das redes sociais, blogues e das novas tecnologias.

A diretora da ECO, Ivana Bentes, acredita que a vinda para a universidade vai dar visibilidade à educação oral, hoje pouco reconhecida pelo mundo acadêmico, que prioriza a cultura letrada. “O mestre griô pode ensinar sobre ervas, saúde, tempo, meio ambiente, ou seja, produz um conhecimento que não tem visibilidade, mas temos que reconhecer que o mestre com mestrado ou o doutor e o mestre da tradição oral têm o mesmo valor e excelência na produção do conhecimento”.

A deputada federal Jandira Feghali (PcdoB/RJ), presidente da Frente Parlamentar de Cultura do Congresso Nacional e autora da emenda parlamentar que viabilizou o projeto diz que "essa educação chamada informal, uma pedagogia da tradição oral não sistematizada em livro didático, mas que tem um método pedagógico próprio que é a cultura tradicional nossa, vai poder entrar na universidade por meio do laboratório”.

Jandira também é autora do Projeto de Lei 1786/2011, conhecido como Lei Griô, que visa instituir uma política de transmissão dos saberes e fazeres de tradição oral em diálogo com a educação formal, por meio do reconhecimento político, econômico e sociocultural dos (as) griôs e mestres (as) de tradição oral do Brasil. A Lei Griô tramita atualmente na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados e aguarda parecer da relatora Mara Gabrilli (PSDB-SP).

A Rede Ação Griô reúne 100 mil estudantes, griôs, mestres, pontos de cultura e comunidades na valorização da cultura de tradição oral em diálogo com a educação formal. Ela foi criada como política pública em 2006 pelo Ponto de Cultura Grãos de Luz e Griô, da cidade de Lençóis (BA) em parceria com o Programa Cultura Viva, da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.

Edição : Fábio Massalli

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Saúde e Cultura se encontram na Semana Nacional de Ciência, Cultura e Saúde



Em busca da melhoria da qualidade de vida e da promoção da participação social, atores das áreas da saúde, cultura, educação, meio ambiente, desenvolvimento científico, tecnológico e social se reúnem entre os dias 3 e 5 de dezembro na Semana Nacional Ciência, Cultura e Saúde, que será realizada no Rio de Janeiro. O objetivo do encontro é promover o intercâmbio de experiência, o diálogo, e proporcionar o aprendizado e a construção coletiva entre estes diversos atores, além dos movimentos sociais.

Durante a Semana, estão previstas várias atividades que relacionam Saúde, Cultura e outros temas em diversos espaços do Rio de Janeiro, como o Palácio Gustavo Capanema, localizado no Centro do Rio de Janeiro, o campus da Fiocruz e o Hospital Psiquiátrico Nise da Silveira, localizado no Engenho de Dentro (RJ). A programação conta com a apresentação de práticas e manifestações artísticas culturais, rodas de conversa, troca de experiências e exposição de práticas integrativas entre saúde e cultura, que serão realizadas nestes espaços.

A partir do tema central Direito à diversidade nos cuidados à saúde, serão abordadas as seguintes temáticas: saúde mental, educação popular em saúde, prevenção de DST/HIV, conhecimentos e práticas tradicionais em saúde, humanização, promoção da saúde, práticas integrativas e complementares, entre outros.

Três eventos compõem a Semana: o I Encontro Nacional da Rede Saúde e Cultura, o VIII Simpósio de Ciência, Arte e Diversidade em Saúde e o I Conexão Internacional Saúde e Cultura. Os encontros têm como finalidade mapear, mobilizar e estimular a reflexão crítica e sistematizada entre cidadãos, profissionais, gestores e sociedade civil organizada sobre as interações existentes entre estes campos. Entre os resultados, é esperada a construção colaborativa de princípios e diretrizes de ação da Rede Saúde e Cultura.

A Semana é promovida pela Fiocruz, por meio da FIOCRUZ Brasília – Programa de Educação, Cultura e Saúde (Pecs) -, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Icict); pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, (SCDC/MinC); pela Secretaria de Gestão Participativa do Ministério da Saúde, pelas Secretarias Estadual e Municipal de Cultura e Saúde do Rio de Janeiro,  por movimentos sociais, entre outros.

A Rede Saúde e Cultura atuará na gestão e sistematização de informações e conteúdos multimídia para a dinamização das iniciativas de cultura e saúde. O objetivo é a troca de experiências e a comunicação entre estas iniciativas por meio de um espaço virtual e a realização de ações presenciais por todo o país.

O que é a Rede Saúde e Cultura?
A Rede Saúde e Cultura tem como principal missão promover a saúde e a qualidade de vida. Para isso, tem como proposta atuar por meio da gestão colaborativa, em que os agentes das áreas de saúde e cultura dialogam com outras políticas relacionadas. Sua atuação tem como base o pensar e o fazer por meio do diálogo, com respeito à diversidade baseada na troca de saberes e conhecimentos variados.

As ações promovidas pela Rede buscam a participação democrática, de modo que seus participantes possam construir, compartilhar e trocar experiências.

Por meio deste trabalho, a Rede potencializa as ações que envolvem saúde e cultura no Brasil e possibilita a interação entre as pessoas que atuam neste segmento.

Semana Nacional Ciência, Cultura e Saúde
Data:
3 a 5 de dezembro
Local:
Rio de Janeiro

Informações:
(61) 3329-4521 / 4604 / 4522 | redesaudecultura@fiocruz.br

Fonte: Rede Candanga 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Arquivo de Notícias: Seminário Regional de Comunicação Comunitária na Puc Rio

SEMINÁRIO REGIONAL DE COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA NA PUC RIO

Está chegando o I Seminário Regional de Comunicação Comunitária, realizado em conjunto pelas universidades Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Puc Rio), e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ele será realizado entre os dias *16 e 19 de outubro*. Jornalistas, professores, alunos de comunicação e comunicadores comunitários de toda a região Sudeste estão sendo convidados para este grande encontro.

O objetivo do seminário é discutir a realidade dos meios de comunicação comunitária hoje. Alguns temas como o direito à comunicação; a parcialidade dos meios da chamada grande imprensa; a comunicação como um direito humano; o voluntariado; a sustentabilidade; a publicidade; a cidadania; a cultura alternativa; dentre diversos outros assuntos serão debatidos durantes os quatro dias.

O diferencial é que não apenas os grandes pensadores da comunicação comunitária estarão nas mesas contando as suas experiências, mas também comunicadores que fazem este movimento acontecer. Além dos painéis e das oficinas, no último dia do seminário será feita uma carta com todos os participantes para registrar o que foi discutido. 

Entrada franca!

Programação completa em:
http://seminariocomcomunitaria.blogspot.com.br/

INSCRIÇÕES PELO EMAIL: seminariocomcomunitaria@gmail.com
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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Integrantes da Rede Saúde e Cultura: Sidney do Carmo e a história da Saúde e da Cultura

 RISCO DE PERCURSO
 
Sidney do Carmo
 
Palavra chave: transformação social – contexto histórico

Em 1880 as idéias positivistas de Auguste Conte disseminavam-se pelo mundo, tanto que no Brasil, criava-se o IAPB (Igreja e Apostolado Positivista do Brasil), acontecia o Primeiro Congresso Internacional de surdos, em Milão, divulgando-se a língua de sinais, a linguagem dos símbolos; tínhamos os rumores do parnasianismo na escrita. 

Em cena uma época de fortíssimas teses e acontecimentos; em cena um cenário de contradições. Nasce o sanitarista e visionário Ezequiel Caetano Dias, Ezequiel Dias. Numa época em que se configurava um labirinto de indagações, entre instâncias próprias da revelação para a ação de um discurso revestido pelo que tem de mais pulsante: a prática ajuizando o ato. Surge, pois, o gerado, no antagonismo da oferta e da recusa e são estes ingredientes ímpares que emolduram a personalidade de Ezequiel Dias. 

O Brasil como na famosa frase de Euclides da Cunha seria uma criação da teoria política. Nesta chave, interpretar o Brasil deve obedecer ao esclarecimento das relações efetivamente existentes entre homens e deles com seu ambiente natural, mas criá-lo, elaborando instrumentalmente instituições, pessoas e valores sociais. Devemos nos debruçar sobre a questão de saber quais são as condições da vida social que determinam, pelo menos em parte, as diferentes formas e espécies de conhecimentos, quais as condições de realizações em um mundo que somente é aceito por ele na medida em que sofre a sua intervenção. Intervir é coisa do corpo! Foi assim que em 1893, no balcão de uma farmácia no bairro das laranjeiras no Rio de Janeiro, estava um menino de doze anos, esguio, magro, com olhos negros e brilhantes, que ajudava os serviços do estabelecimento.

 Ezequiel Dias já iniciara sua aventura alquímica num ambiente onde a teoria e a prática dialogava numa simbiose que lhe inspirou o desejo de cursar farmácia. Porém, mais que atenuar os sofrimentos, ao então jovem estudante de farmácia preocupava a origem da doença, sendo este o motivo de sua dedicação. Num certo dia de 1899, um visitante trazia ao estudante “o convite de um tal Dr. Oswaldo Cruz para uma conferência prévia, que, certamente, se seguiria ao emprego, bem remunerado. Contudo é importante transcrever aquele que foi o primeiro diálogo profissional entre Oswaldo Cruz e Ezequiel Dias, conforme o livro Ensaios escrito por Octávio de Magalhães. 
“Em que ano está o senhor
- No terceiro.
Tem medo da peste?
- Não. Senhor.
Está disposto a trabalhar tantas horas quantas forem necessárias para cumprir as suas obrigações, sem dependência de nenhum horário fixo? - Perfeitamente.
Agora uma última pergunta, a qual ligo muita importância: o senhor conhece alguma cousa de bacteriologia? O moço teve um momento de dúvida: exercia sobre si o inesperado cargo de auxiliar de um verdadeiro cientista; além dos proventos que daí lhe adviria; de outro lado, a consciência, que compelia a dizer a verdade. Optou por esta, deixando-se, porém, cair, interiormente, numa crise de abatimento moral. - Não, senhor.
“Pois está muito bem; é essa uma das condições exigidas”.

A partir daí torna-se o principal colaborador de Oswaldo Cruz na luta pela saúde, motivada inicialmente pela ameaça da peste bulbônica, que, depois de uma longa trajetória pela Europa, havia chegado as Américas.

Na seqüência, aportou em outubro de 1899 a cidade de Santos, requerendo das autoridades estratégias rápidas de controle desta doença. Criou-se de imediato em Oswaldo Cruz , ao constatar que já contava com um colaborador, o desejo de fundar filiais (laboratórios) nos estados  brasileiros, difundindo as doutrinas científicas de sua escola, o que representava uma necessidade num país assolado por tantas endemias.

Teve Ezequiel Dias a incumbência de fundar a filial de Manguinhos nos da primeira década de Belo Horizonte.

Em Minas Gerais, a filial de manguinhos foi uma espécie de braço das Ciências biológicas no Estado, pois promovia, como no Rio de Janeiro, reuniões semanais em sua biblioteca para discutir artigos científicos nacionais e estrangeiros, as quais passaram a comparecer médicos e professores da cidade, dando origem á faculdade de medicina, em 1911, e iniciando uma colaboração duradoura que uniu a pesquisa, a produção e o ensino.”

Isto porque o grupo laureado por Oswaldo Cruz tinha este costume na capital brasileira, que recebia influência francesa de modos de pensar e agir, onde este grupo tinha acesso a um importante jornal: La Gazette, que se dedicou a este tema da medicina social. Só para se ter uma idéia, entre 1848 -1868 surgiram na imprensa francesa cerca de sessenta jornais dedicados ao tema.

Ezequiel Dias teve sua orientação social, ele acreditava na missão sociológica de sua função para atenuar os sofrimentos dos desvalidos e desprovidos de informação; E desta forma, conseguiu articulações num tempo de encontros paradoxais. De um lado, a promessa da modernidade, o surgimento do cinema e de outro, as epidemias disseminando-se em grande parte a população brasileira que não tinha acesso sequer ao saneamento básico. Ele mesmo sentia isto no corpo, e sua ação era a convergência deste “estado”. Advogava em favor desta causa mesmo doente. Ele mesmo sentia isto no corpo, e sua ação era a convergência deste “estado”. Vimos em Ezequiel Dias uma figuração apontada por Everardo Duarte Nunes em seu livro: “Sobre a Sociologia da saúde”- há, contudo uma faceta importante que precisa ser dita em que o determinismo geográfico e os fatores culturais correspondem ao estar inserido no espaço, no espaço como curso da história no dizer de Milton Santos, pois no corpo (aquele corpo doente), a doença altera o ritmo de vida, já que todos nós vivemos num determinado ritmo, pela cultura e hábito e, sobretudo naquilo onde estamos inseridos e não se apagam as marcas do lugar em que estamos. Nossa situação no tempo e no espaço faz a diferença. Ao diferir, conferimos. A diferença faz-nos falar. Tanto que Ezequiel Dias mesmo doente organizava em sua casa vários saraus científicos e literários e nestes brotaram estudos em Minas na discussão sobre o câncer e textos literários de escritores franceses.

Nestes saraus lia-se com fervor Charles Baudelaire. Em Belo Horizonte, era rodeado por amigos e admiradores como o memorialista Pedro Nava que comenta: sua postura era daquele que o olho escuta o silêncio do corpo que fala e uma dedicação pelo detalhe do detalhe, fruto de suas investigações no laboratório de microbiologia e leituras simbolistas.

Quando Ezequiel Dias começou a verdadeira independência científica, ao lado de Oswaldo Cruz, havia um clima em que só se pensava “no amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”.

Em 1917, escreveu a primeira lição de microbiologia da faculdade de Medicina de Belo Horizonte, como também, uma conferência: “Um problema resolvido”, dessa feita sobre o escorpionismo. Referindo-se ao escorpião disse:

“vive muito bem no campo, de preferência entocando-se sob as pedras onde lhe apraz hibernar demoradamente, impassível, sóbrio, em prolongada modorra, alheio á movimentação harmoniosa da natureza”.

Em 1918, publica “O Instituto Oswaldo Cruz”, resumo histórico sobra à casa de Oswaldo Cruz.

 Um risco não do ofício
 
Aquele que foi farmacêutico, médico e pesquisador por pouco seria engenheiro. Havia feito a promessa para sua irmã de estudar engenharia seguindo exemplos de seus antepassados. Mas a proximidade familiar, seu pai era médico e o contexto da época que viveu as relações traçadas, o convívio num cenário entre saúde e a doença, o clamor de mudanças, fizeram com que tomasse partido pela questão social. Nãos e cala um gesto conduzido pelo olhar social, não há como apagá-lo, pois o ato é um ensaio da posse no espaço, função corpórea, articulada como modelo como reflexo, como um grito. Lukács nos lembra que a consciência vai ao ponto de declarar que a transformação das idéias em realidades é um pensamento profundo, muito importante do ponto de vista histórico.

Em Ezequiel Dias o conhecimento é por fim/foi uma construção do fazer saúde pública neste país que ainda constrói e firma sua identidade.

Faleceu em 1922, no ano do acontecimento da semana de arte moderna no Brasil.

 
Do autor
Historiador, Poeta e artista cênico, Sidney José do Carmo nasceu em Belo Horizonte. Em fins dos anos 80, atuou intensamente no grupo performático Vírus Mundanus``, encenando autores como os franceses Baudelaire, Rimbaud, Válery, Lautréamont e os alemães Paul Celam e Georg Trakl, além do norte- americano Edgar Alan Poe e os brasileiros Murilo Mendes, Drummond, Dantas Mota e Augusto dos Anjos. Desde o início dos anos 90, vem realizando pesquisas na fronteira literatura/saúde pública, com suporte da Fundação Ezequiel Dias – Desenvolveu na Escola de Saúde Pública de Minas Gerais o Projeto Saúde Com Cultura na cidade de Diamantina entre 2002 a 2004. É Articulador do projeto Ciência em Movimento da Funed.

Referências bibliográficas
Octávio de Magalhães – Ensaios – 1951.
 Passantes da Agonia- publicado na revista mineira de saúde pública, n.01- junho/2002;

Arquivo de Notícias: IV Encontro de Saúde no Axé de Niterói - 2012

IV ENCONTRO DE SAÚDE NO AXÉ DE NITERÓI - 2012

Objetivo Geral
Aproximar as lideranças das religiões afro-brasileiras dos gestores do SUS para sistematização de suas demandas e elaboração de políticas públicas para este segmento.


 Objetivos Específicos
1 - Conhecer as demandas das comunidades afro-descendentes no setor saúde;
2- Conhecer as políticas públicas de saúde existentes para os terreiros;
3 - Promover troca de experiências entre os membros das comunidades e os gestores;
4 - Sistematizar as demandas e propostas que resultem do Encontro e divulgá-las para as comunidades e para os gestores do SUS.

Público Alvo:
Lideranças das religiões afro-brasileiras do Estado do Rio de Janeiro; gestores de saúde; profissionais de saúde; ONGs e população com interesse na área.

PROGRAMAÇÃO:
18:00 - Abertura com a benção dos mais velhos representantes das religiões de matriz africana Candomblé e Umbanda presentes;
18:20 - Apresentação artística - Auleon
18:30 – Abertura – Mesa 1 Apresentação do IV ENCONTRO DE SAÚDE NO AXÉ DE NITÉRÓI
Ogan Jorge Zulu Apresentação das Autoridades Presentes
19:00 - Palestras, debate e Sistematização das demandas do Encontro Apresentação do Projeto Quilombo
Dra Iná Meireles – Idealizadora do Projeto e Coordenadora Técnica Direitos das pessoas que convivem com HIV/AIDS
Assistente Social Denise Nicácio
– Equipe Técnica do Projeto Quilombo Os Terreiros e o Sistema Único de Saúde
José Marmo da Silva
– Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde O Racismo Institucional
Rute Sales
– Secretária Estadual Combate ao Racismo
20:00 – Homenagens aos Sacerdotes e Sacerdotizas da religião afro-brasileira, das casas onde foram realizadas as oficinas do Projeto Quilombo ;
20:30 - Lançamento do Vídeo – “O Castelo de Oxum” de Luis Arnaldo de Campos
20:40 – Apresentação artística: “A Força de Oxum no Reino de Muanza Mesú – Cia Muanza Mesú
21:00 – Cooquetel de confraternização

INGÁ NÚCLEO DE AÇÃO COMUNITÁRIA - E-mail:

 
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