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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Documentário conta histórias de religiosas do Candomblé na Bahia

Histórias de mulheres como Mãe Stella, Makota Valdina Pinto e a Ialorixá Jaciara Ribeiro, todas representantes religiosas do Candomblé, serão contadas no documentário “Mulheres de Axé: vozes contra a intolerância”. O lançamento do vídeo será realizado nesta segunda-feira (21), às 19h, no Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó (Casa de Òsùmàrè – Vasco da Gama), em Salvador.

Realizado pelo Coletivo de Entidades Negras (CEN), o filme documenta a história de mulheres religiosas do Candomblé que são “símbolo da luta contra a intolerância religiosa no estado”.

“O documentário traz depoimentos que situam o público no debate sobre a intolerância, mesclando com as histórias de vida de personalidades que empenham esta luta em seu dia-a-dia e abordando o significado do dia 21 de janeiro, as dificuldades enfrentadas em suas vidas pessoais por serem do Candomblé, suas experiências vividas com empreendedorismo como mecanismo de sobrevivência”, divulga a produção do documentário.

A data, oficializada pela Lei nº 11.635 como Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é emblemática para o povo de santo por homenagear a Ialorixá Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, que teve seu Terreiro, no bairro de Itapuã, invadido por evangélicos em ato de intolerância religiosa, em 2001.

Projeto – O filme integra o projeto “Mulheres de Axé”, catálogo ilustrativo que retrata a história de 150 Terreiros de Candomblé em Salvador, liderados por mulheres (Ialorixás), com o intuito de promover a trajetória biográfica destas sacerdotisas em torno da manutenção da crença africana em solo brasileiro. O projeto é assinado pelo CEN e pelo Ilê Axé Abassá de Ogum e conta com o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado (SPM), da Promoção da Igualdade (Sepromi) e Casa Civil.

O documentário “Mulheres de Axé” conta ainda com depoimentos da professora Vanda Machado, egbomi do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, Rita Santos presidente da Associação das Baianas do Acarajé (ABAM), Egbomy Nice, do Terreiro da Casa Branca, a ialorixá do Gantois, Mãe Carmen e a empreendedora Alaíde do Feijão. A trilha sonora é da cantora Marcia Short.

Fonte: Redação Correio Nagô

Fonte de consulta Blog RSC: Fundação Cultural Palmares

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é celebrado no Rio com eventos na Cinelândia


Rio de Janeiro - Representantes de várias religiões reúnem-se durante todo o dia de ontem (21), Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, na Cinelândia, centro do Rio, para defender a convivência entre as diferentes religiões e cobrar políticas públicas das autoridades competentes.

Além das apresentações inter-religiosas em um palco ao ar livre, que acontecem até às 20h, o evento também conta com o seminário Caminhos para a Liberdade Religiosa, no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), também na Cinelândia, aberto ao público até as 18h.

Ao fim dos debates, um documento final será elaborado por instituições religiosas, acadêmicos e especialistas e entregue às autoridades com diretrizes para a criação de um Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

Um dos coordenadores do encontro, Rafael Soares de Oliveira, da entidade ecumênica de serviço Koinonia e do Movimento Inter-Religioso (MIR), explicou que a não implementação das leis criadas para defender as minorias tem gerado mortes e desrespeito aos direitos humanos em todo o Brasil.

“As consequências da intolerância religiosa são muito graves para que o Estado fique inerte. O Estado é laico, mas tem o dever de defender a liberdade. Um plano precisa trabalhar com a perspectiva da educação de todos os entes da federação, promoção dos direitos e da proteção, em caso de violação da liberdade religiosa”.

O superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos, Cláudio Nascimento, explicou que dados da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos apontam que os grupos mais perseguidos no Rio são os das comunidades de matriz africana.

“Ainda existe uma ausência de políticas públicas objetivas para combater a intolerância religiosa. Mas estamos elaborando um plano estadual sobre o tema, criamos o primeiro grupo permanente de enfrentamento à intolerância religiosa e o Centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos”, contou.

A fundadora da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), que organizou o evento, Fátima Dama, pediu o apoio da Justiça e da mídia para que alguns programas de comunicação e entidades públicas parem de agredir algumas religiões como a umbanda, da qual ela faz parte. “Sofremos muito preconceito. Somos achincalhados em programas de televisão. Somos impedidos de dar apoio espiritual em alguns lugares, como presídios e hospitais”, lamentou Fátima.

Para o rabino Dario Bialer, da Associação Religiosa Israelita do Rio de Janeiro (ARI-RJ) a união de diferentes religiões fortalece a conscientização para uma sociedade mais tolerante. “Estamos aqui para lutar com armas nobres, com educação, mensagem de solidariedade e esperança, mas não apenas lutas individuais, específicas, como também a luta dos outros, para criarmos uma sociedade mais justa e mais humana”.

Para a cigana Mirian Stanescon, presidente da Fundação Santa Sara Kali, a luta pela tolerância religiosa é uma luta de todos, pois busca a defesa da liberdade e do respeito às diferenças.

“Vou à Igreja Católica, vou à missa quando me dá na telha, vejo um culto evangélico, já fui à sessão de umbanda, pois todos os caminhos levam a Deus. O que a gente tem que respeitar são as diferenças, pois o que mais matou a humanidade foi a religião: você achar que o seu deus é melhor do que o meu”.

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituída em 2007 pela Lei Federal 11.635, em homenagem a Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, do terreiro Axé Abassá de Ogum, de Salvador. A religiosa do candomblé enfartou após ver seu rosto estampado na primeira página da Folha Universal, jornal evangélico, com a manchete Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes.

Edição: Davi Oliveira

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Fundação Cultural Palmares realiza primeira oficina de testes do e-Matriz - Cadastro das Comunidades de Terreiros


Foi realizada em 28 de dezembro, na sede da Fundação Cultural Palmares, em Brasília, a primeira oficina de testes para o Cadastro Eletrônico das Comunidades de Terreiros, o e-Matriz. Representantes de terreiros do Distrito Federal e região testaram a primeira versão do sistema e puderam fazer sugestões de melhoria e tirar dúvidas.

A plataforma, prevista para ser lançada em março de 2013, tem como objetivos principais coletar e sistematizar dados que permitam a formulação, monitoramento, gestão e avaliação das políticas públicas de cultura e das políticas culturais em geral para as comunidades tradicionais de terreiros, além de disponibilizar estatísticas, indicadores e outras informações relevantes para a caracterização das demandas e ofertas de bens e serviços culturais das comunidades.

De acordo com o diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da FCP, Alexandro Reis, o e-Matriz “visa cumprir as determinações do Plano Nacional de Cultura (PNC), especialmente a meta que visa atualizar o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC)”. O PNC foi publicado em julho deste ano pela Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

07 de Janeiro - Dia da Liberdade Religiosa no Brasil

Liberdade de culto, liberdade de pensamento, liberdade de expressão. Nada soa mais democrático do que a palavra liberdade, sobretudo em um país tão multiculturalista como o nosso. O Brasil é uma nação que abriga todas as etnias e, portanto, muitas religiões. A liberdade de culto e o respeito por outras religiões que dividem espaço com a hegemonia católica são condição para um convívio social pacífico, ao mesmo tempo em que enriquecem nossa gama cultural.

A primeira lei sobre o assunto surgiu em 7 de janeiro de 1890 (daí a data comemorativa), em decreto assinado pelo então presidente Marechal Deodoro da Fonseca, por iniciativa do gaúcho Demétrio Ribeiro, Ministro da Agricultura na época. 

Na Carta Magna de 1946, através de proposta do escritor Jorge Amado, então deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) de São Paulo, a lei foi novamente reescrita, mas foi na Constituição de 1988 que adquiriu seus termos definitivos:

Artigo 5º:
(...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
(...)
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Além de estar legalmente amparada, a liberdade de culto deve ser entendida como um direito universal e uma forma de respeito à individualidade e à liberdade de escolha. Por princípio, o Alcorão, a cabala, a Bíblia, os fundamentos da umbanda, a doutrina espírita, o xamanismo, a maçonaria, o budismo, a Rosa Cruz e tantas outras vertentes esotéricas são partes do conhecimento uno e têm a mesma intenção: conectar o homem à energia criadora com a finalidade de despertar sua consciência.



Fonte: PortoWeb

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Arquivo de notícias: Coordenadora Nacional do Comitê de Diversidade Religiosa se reúne com lideranças de terreiros de Belém do Pará


Mansu Nangetu sediou encontro de lideranças de terreiros com Marga Janete Stroher.

Mametu Nangetu recebeu a coordenadora Nacional do Comitê de Diversidade Religiosa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, sra. Marga Stroher.

O Mansu Nangetu sediou nesta segunda feira, o encontro com a Coordenadora Nacional do Comitê de Diversidade Religiosa, Marga Janete Stroher, com lideranças dos Povos Tradicionais de Terreiros e com o Comitê Inter-religioso do Estado do Pará. 

Durante o encontro foram distribuídas cartilhas sobre diversidade religiosa e direitos humanos produzido pela Secretária de Direitos Humanos da Presidencia da República/ SDH. 

Mametu Nangetu abriu o diálogo fazendo uma apresentação do espaço do Mansu, falou sobr e a Nkisiani para a qual o Mansu se dedica e agradeceu a presença de Marga e de todos os presentes, em especial as lideranças de terreiros e os sacerdotes das demais religiões que compõe o comitê inter-religioso do Pará.


É preciso nos unir para enfrentar os preconceitos religiosos.

Marga apresentou aos convidados o que a SDH pretende com essas visitas, disse que o importante é poder interagir mais de perto com as queixas de intolerância religiosa vividas no cotidiano da população, e acrescentou que e que é cada vez mais necessário fazer este trabalho, pois a mídia ignora completamente este assunto. 

Para ela,  “A maneira de agir é fazer com que as pessoas se coloquem nos lugares das outras, onde se percebam como produtores dessa intolerância", pra exemplificar ela contou que certa vez numa discussão com os evangélicos, um senhor disse que o que não aceitava nas religiões africanas era a morte de animais, Marga, então, lhe perguntou: "Vocês não estão usando sandálias e bolsas de couro, não comem carne todos os dias?" e a partir dessas perguntas simples ela conseguiu fazer com que esse senhor refletisse sobre o sacrifício ritualístico. 

Táta Kinamboji falou das formas sutis de intolerância religiosa e racismo contra as populações de terreiros. Falou das leis e da atuação da polícia. Disse que a Lei do silêncio é usada para calar os tambores de terreiros, mas que a Lei do silêncio vale para bares e casas de show, e não se aplicam aqo culto religioso, tanto que não calam os sinos das Igrejas católicas que soam as 6h da manhã.

Continuou falando da vigilância sanitária e da atuação da Agência de Defesa Agropecuária do Pará - ADEPARÁ - a combater o transporte de víveres das ilhas até os portos de Belém. Contou da ação da ADEPARÁ que no mês de agosto reprimiu o transporte e o comércio de animais (principalmente cabras e porcos) vindos dos quilombos no arquipélago do Marajó para aportar e comercializar na área do Ver-o-peso. Para Kinamboji, essas são as politicas institucionalizadas e orquestradas por grupos fundamentalistas cristãos infiltrados nos governos, grupos que reproduzem o racismo e a intolerância,  pois esta ação em especial afetou tanto a economia dos quilombos como também pode ser interpretada como uma clara tentativa de combater os cultos a Exu, que são realizados tradicionalmente no mês de agosto na cidade de Belém.

Mametu Nangetu lamentou esses fatos dizendo que  “O estado tem a obrigação de se manter laico, e os sacerdotes não deveriam se envolver com cargos políticos, ou não deveriam usar seus cargos em nome de sua fé. Isso tem que acabar”, disse ela, ressaltando ainda a necessidade de se trabalhar com os meios de comunicação, para que tenha um canal onde as outras pessoas possam conhecer os povos de terreiro. 
A resposta da coordenadora do comitê da diversidade religiosa foi relatar as ações que já estão sendo pensadas nesse âmbito pela secretária, e ressaltou a importância dos povos de terreiros denunciarem esses fatos através do disque 100.

Os povos de terreiro estão perdendo a crença na institucionalização e até na justiça.

Mãe Nalva de Oxum apresentou um exemplo de intolerância religiosa institucional que aconteceu na sua casa, quando dois pastores foram lhe agredir verbalmente dentro do seu espaço, e, apesar do registro das queixas e das denúncias,  até hoje, depois de dois anos, não aconteceu nada contra esses agressores.  Táta Kinamboji acrescentou dizendo que é  isso que eles querem, "querem nos fazer esperar, para que fiquemos prestando o mesmo depoimento todo mês, sem nenhum resultado de punição aos agressores", e contou do caso que aconteceu com os membros do Mansu quando da entrega de nossas oferendas na baía do Guajará, lá na área do "Ver-o- rio", onde sofremos intolerância religiosa por parte da Guarda Municipal. Kinamboji continuou dizendo que "o que se percebe é que não há diferença entre o racismo e a intolerância religiosa. A sociedade brasileira se modifica com o passar dos tempos, o final da escravidão já aconteceu, porém, até hoje, dentro do estado, percebemos políticas racistas, como a utilização da lei do silêncio e da vigilância sanitária para cercear as manifestações afro- religiosas". E Babá Edson Catendê, da AFAIA, apontou ainda que “é necessário ajuda da sociedade civil organizada para continuarmos com nossa resistência e fortalecer o grupo de pressão. O Axé é e eterno, o axé nunca acaba, por isso precisamos agir! A religiosidade faz parte de nossa dignidade e por isso precisa ser respeitada.”.

O advogado Jorge Farias, representante da OAB-PA, acrescentou que é preciso sim agregar parceiros, como o ministério público e OAB-PA nessa luta, pois para ele não tem como enfrentar a institucionalidade sem profissionais capacitados, e apresentou as  ações da coordenadoria de igualdade étnico-racial da OAB, como o Fórum Igualdade Racial pra Valer, se colocando à disposição para as articulações com autoridades em nome dos direitos dos Povos de Terreiro.

Alan Fonseca, Pejigan do Funderê Oyá Jokolocy, afirmou que os povos de terreiro não deveriam ter que prestar esclarecimento sobre o que são e nem sobre o que fazem para ninguém, ele disse que não considera correto ficar esclarecendo suas práticas para o estado e que considera essa exigência  uma violência contra a liberdade destas pessoas e suas diferentes formas de expressar sua religião. “Quando um pastor prática intolerância religiosa é logo absolvido, e quando nós vamos fazer nossas oferendas sofremos preconceito de todos os lados. E ainda por cima, não temos para onde correr quando se trata de questão jurídica, O que devemos fazer sobre isso?”, perguntou Alan.

Por fim Tata Kinamboji tomou a palavra, ele disse que pelas manifestações dá pra perceber que todos alí concordavam que a morosidade da justiça é um fator determinante para a sensação de descrença na institucionalidade brasileira, e que o que os povos de terreiro precisam é de acessoria e acompanhamento de advogado. Argumentou que existe  a parceria da Secretaria de Direitos Humanos com a SEJUDH, e um convênio com a Sociedade Paraense de Direitos Humanos/ SDDH, para acompanhamento e monitoramento das ações que envolvem os Direots Humanos, e concluiu dizendo que se havia mesmo o interesse da SDH, que ele apresentava uma proposta concreta: "proponho que a Secretaria de Direitos Humanos financie uma campanha midiática em rede nacional de combate à intolerância contra a religiosidade dos terreiros, e também financie um programa de assistência e acompanhamento de vítimas de intolerância religiosa a ser conveniado com a SDDH - com verba para contratar advogados especializados na área, psicologos, assistentes sociais e toda a equipe de profissionais para que esse acompanhamento funcione”.

 Com o adiantado da hora o debate foi chegando ao fim, e Marga Stroher finalizou dizendo que o problema das religiosidades discriminadas é de todos, de toda a população e não somente dos grupos discriminados,  e que precisamos encontrar metodologias em conjunto contra todos esses espaços de praticas de racismo que ainda existem. Disse que estão fazendo isso com grupos de trabalho dentro da Secretária de Direitos Humanos e agradeceu a oportunidade de poder estar junto com todos nesse encontro e poder ouvir todos esses relatos.



quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Arquivo de Notícias: IV Encontro de Saúde no Axé de Niterói - 2012

IV ENCONTRO DE SAÚDE NO AXÉ DE NITERÓI - 2012

Objetivo Geral
Aproximar as lideranças das religiões afro-brasileiras dos gestores do SUS para sistematização de suas demandas e elaboração de políticas públicas para este segmento.


 Objetivos Específicos
1 - Conhecer as demandas das comunidades afro-descendentes no setor saúde;
2- Conhecer as políticas públicas de saúde existentes para os terreiros;
3 - Promover troca de experiências entre os membros das comunidades e os gestores;
4 - Sistematizar as demandas e propostas que resultem do Encontro e divulgá-las para as comunidades e para os gestores do SUS.

Público Alvo:
Lideranças das religiões afro-brasileiras do Estado do Rio de Janeiro; gestores de saúde; profissionais de saúde; ONGs e população com interesse na área.

PROGRAMAÇÃO:
18:00 - Abertura com a benção dos mais velhos representantes das religiões de matriz africana Candomblé e Umbanda presentes;
18:20 - Apresentação artística - Auleon
18:30 – Abertura – Mesa 1 Apresentação do IV ENCONTRO DE SAÚDE NO AXÉ DE NITÉRÓI
Ogan Jorge Zulu Apresentação das Autoridades Presentes
19:00 - Palestras, debate e Sistematização das demandas do Encontro Apresentação do Projeto Quilombo
Dra Iná Meireles – Idealizadora do Projeto e Coordenadora Técnica Direitos das pessoas que convivem com HIV/AIDS
Assistente Social Denise Nicácio
– Equipe Técnica do Projeto Quilombo Os Terreiros e o Sistema Único de Saúde
José Marmo da Silva
– Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde O Racismo Institucional
Rute Sales
– Secretária Estadual Combate ao Racismo
20:00 – Homenagens aos Sacerdotes e Sacerdotizas da religião afro-brasileira, das casas onde foram realizadas as oficinas do Projeto Quilombo ;
20:30 - Lançamento do Vídeo – “O Castelo de Oxum” de Luis Arnaldo de Campos
20:40 – Apresentação artística: “A Força de Oxum no Reino de Muanza Mesú – Cia Muanza Mesú
21:00 – Cooquetel de confraternização

INGÁ NÚCLEO DE AÇÃO COMUNITÁRIA - E-mail:

 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Arquivo de Notícias: O Alabê de Jerusalém

O Alabê de Jerusalém

Para quem estiver no Rio de Janeiro durante o mês de Setembro a dica é não perder a Ópera O Alabê de Jerusalém, que vem encantando e arrebatando os espectadores com o tema da (in)tolerância religiosa.

Conta a história de Ogundana, um africano, nascido em Daomé e criado para se tornar um Alabê (aquele que cuida da casa da música nas tribos iorubás). Aos 12 anos de idade, sai de sua tribo e vai em direção ao norte da África. Caminha por muitos anos, passando por diferentes nações até que, com 27 anos chega a Judéia. Apaixona-se por Judith, uma judia da comunidade Essênia, prima de Maria Madalena, e através dela, Ogundana conhece Jesus Cristo. 

Hoje, mais de 2000 anos depois, o africano Ogundana é uma entidade espiritual chamada Alabê de Jerusalém, que volta à Terra para contar a sua história.  

Veja abaixo a descrição da peça e seu vídeo e delicie-se.

Vídeo

Descrição do vídeo
OS INTOLERANTES

"Ah, meu Deus! Assisto com muita tristeza a pena da aspereza dilacerando a beleza de uma linda sinfonia. A aguarrás de juizes, ciumentos inflexíveis, descolorindo as matizes de uma linda pintura, só porque não gostam da assinatura?"

"E vai com uma bailarina, com a inocência de menina, dançando em volta do sol, a Grande Mãe Terra. Enquanto muitas nações, governos, religiões ensaiam a dança da guerra."

"Na verdade a bola azul quase nunca foi amada; é sempre penalizada. Tem um trabalho enorme, dedicação e talento para preparar a mistura, juntar os seus elementos para dar forma às criaturas, e elas, depois de paridas, desconhecem a matriarca e dizem, mal agradecidas: que a carne é fraca."

"E quando o planeta gera um Avatá, um iluminado assim como o Nazareno, tem logo quem se apresenta com conhecimento profundo e diz logo: não é desse mundo, só pode ser extraterreno."

"Ah, é difícil entender porque é que o homem, até hoje, cospe no prato que come. Algumas religiões, não sei por qual motivo, dizem que a Terra é um território com vocação pra purgatório, não passa de sanatório... E que nós só seremos felizes longe dela, bem distante, lá onde os delirantes chamam de paraíso."

"Olha, eu vou dizer de coração. Na minha simples, dia após dia, me perdoem a liberdade, mas religião de verdade, mais parecida com a que Jesus queria, talvez seja sentimento de ecologia. Para esse sentimento não tem fronteiras e só reza um mandamento: preservação das espécies com urgência, sem adiamento."

"Hoje, ela pensa nas plantas, nos rios, no mar, nos bichos. Amanhã, com certeza, com a mesma dedicação e capricho, pensará com muito cuidado nos meninos abandonados."

"Ah, se ela tivesse mais força para sustentar sua zanga, evitaria, com certeza a fome cruel de Ruanda. Não tinha maturidade, ainda era uma menina, quando a impertinência sangrou, com a bola de fogo, a pobre Hiroshima. Mas ela cresce, se instala como uma prece no coração das crianças. Tenho muitas esperanças..."

"Eu tenho toda a certeza que nosso planeta um dia, mesmo cansado, exausto, terá toda a garantia e guardado por uma geração vigia, nunca mais verá a espada fria no Holocausto."

"A intolerância, repito, é a mais triste das doenças. Não tem dó, não tem clemência. Deixa tantas cicatrizes nas pessoas, nos países, até as religiões, guardiãs da Luz Celeste, abandonam seus archotes para empunhar cassetete. E o que, na verdade, refresca o rosto de Deus, é um leque, que tem uma haste de Calvino e outra de Alan Kardec."

"Na outra haste, as brisas, que vêm das terras de Shivas, são uma, dos franciscanos, e outra, dos beduínos. Não precisa ir muito longe... Jesus nasce entre os rabinos."

"Às vezes corações que crêem em Deus, são mais duros que os ateus. E jogam pedra sobre as catedrais dos meus deuses Yorubás. Não sabem que a nossa terra é uma casa na aldeia, religiões na Terra são archotes que clareiam."

DE ALTAY VELOSO

Compre aqui seu ingresso:
Terças e Quartas de Setembro, às 21h

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Arquivo de Notícias: Intolerância às religiões afro-brasileiras

PR – Adeptos de Religiões Afro-Brasileiras denunciam Intolerância Religiosa

Foz de Iguaçu – Seguidores das Religiões do Candomblé e da Umbanda denunciam que estão sendo alvos de intolerância religiosa. Centro têm sidos apedrejados durantes as celebrações, pessoas, até mesmo armadas, ameaçam invadir os templos, e fiéis e mães e pais de santo são xingados. A violência atinge graus diversos, como a colocação de faixas em frente aos centros e até mesmo invasões e ataques.

O último registro de intolerância aconteceu entre a manhã e a tarde de terça-feira (07/08) no Ijoba Ase (Axé) Baru, centro de Candomblé no Jardim Canadá. Os invasores não apenas invadiram o local como escreveram no chão, tomaram bebidas, fumaram, comeram, jogaram alimentos no chão, abriram armários e roubaram jóias e dinheiro. Conforme a babalorixá Edna Costa de Almeida, mais conhecida como Edna de Xangô, o ataque teria ocorrido entre a manhã e a tarde. “Não teria como eles terem entrado pela frente, pois é tudo fechado. Quando abri a portam vi que tinham escrito: “Jeová” no chão. Conforme fui olhando, estavam todas portas abertas , guarda-roupas e armários abertos e revirados e eu saí correndo para buscar ajuda, pois estava sozinha”, narrou a mãe de santo.

Armado
Depois de refeita do susto, Edna ligou para Polícia Militar, às 16:17 e, segundo ela, recebeu a informação de que não poderia ser enviada viatura, o que aconteceria apenas se o “ladrão” ainda estivesse no local. Ao dizer que se tratava de um centro de Candomblé, a religiosa recebeu como resposta que deveria buscar a Polícia Civil. “Eu perguntei se poderia pelo menos passar uma viatura , pois estava só, eles (o atendente) disseram que não poderiam fazer nada”, contou. Para registrar o fato, a Mãe de Santo buscou a Polícia Civil, onde foi lavrado Boletim de Ocorrência e a receptividade foi boa.

De acordo com ela, a invasão e o vandalismo foram o ponto alto de uma onda de ameaças que a casa sofre há cerca de dois anos. Antes, havia reclamações em razão do barulho. No entanto, no final do ano passado, durante uma cerimônia, pessoas jogaram pedra e um vizinho chegou a ir à frente do portão armado, ameaçando os presentes. “Sábado retrasado eram sete horas da noite e não tinha como dizer que estávamos incomodando com o barulho. Mas começaram a tacar pedras. Eles fazem isso e vão para a rua, para ver se a gente briga. A gente chama a polícia e quando vem, eles dizem que não vieram porque chamamos, mas porque estamos incomodando. Eles nunca dão razão para gente”, lamentou.

Como Ialorixá e vítima, Edna disse achar inadmissível que na atualidade haja este tipo de ação. Conforme ela, este pensamento não se deve ao fato de alguém ter entrado em sua casa, mas pela falta de preocupação com os seguidores das Religiões Afro-Brasileiras. “Nós não prejudicamos ninguém, tentamos ser os mais respeitadores com a natureza possível. Então eu vejo isso com muita dor. Pela minha religião, pelo que ensinei aos meus filhos, que é a não entrar na casa de ninguém, respeitar as demais religiões, a não discutir o que não sabe e a honrar a cultura dos outros”.

Morumbi
A intolerância aos cultos não se restringe a uma casa. No Morumbi, onde está o centro de Marina Áureo Galdino, coisas semelhantes acontecem. De acordo com ela, já foram jogados tijolos e pedras, o portão foi quebrado e deram chutes nas portas. “Penduraram faixas na frente da minha casa: “Aqui no Morumbi I tu estas derrotado, Satanás”, narrou.

De acordo  com a Marina, há cerca de dois a três anos o problema cresceu, depois voltou a diminuir . Hoje, quando há cerimônias, vizinhos chamam a polícia assim que chegam as 22horas. Para evitar atritos, a opção foi manter as cerimônias aos sábados até no máximo à meia noite.

“Eu sinto vergonha (com isso) porque eu respeito todas as religiões e sinto vergonha de eles não saberem o que é o Candomblé, não saberem o que são nossas raízes e ter o preconceito que somos adeptos do diabo, que somos de Satanás. Isso me dá vergonha, pois eles não procuram aprender”, lamentou Marina. Para ela, preciso que esses detratores aprendessem algo sobre a religião para depois comentar sobre o Candomblé.

PM
Em contato com a Polícia Militar, há o registro da solicitação da ocorrência no centro Ijoba Ase Baru. Porém, o atendimento , na avaliação da corporação, teria sido o suficiente, que seria a orientação. A PM informou que teria sido repassada à central uma situação de furto e o atendente fez o correto ao orientar que se buscasse a Polícia Civil. 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Publicações - Alimento: Direito Sagrado

Mais uma publicação interessante para quem trabalha com Saúde e Cultura.

O livro abaixo pode ser conferido integralmente no link ao final da postagem.

Alimento: Direito Sagrado

Apresenta os resultados da Pesquisa Socioeconômico e Cultural de Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiros, realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Belém, Belo Horizonte e Porto Alegre. Com a pesquisa, o Estado brasileiro reforça o compromisso com o direito humano à alimentação adequada, garantindo a esses povo e comunidades o respeito às práticas ritualísticas tradicionais

Resumo: Apresenta os resultados da Pesquisa Socioeconômico e Cultural de Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiros, realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Belém, Belo Horizonte e Porto Alegre. Com a pesquisa, o Estado brasileiro reforça o compromisso com o direito humano à alimentação adequada, garantindo a esses povo e comunidades o respeito às práticas ritualísticas tradicionais.
Vários autores

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Alimento: direito sagrado – Pesquisa Socioeconômica e Cultural de Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiros. Brasília: SAGI, 2011. 200 p. ISBN: 978-85-60700-50-9.



“Tudo começa e acaba com comida, tudo começa e acaba com
cânticos, porque para nós aqui os cânticos são primordiais, a
gente canta para morrer, canta para nascer, canta para acordar
de manhã, canta para dormir, tudo é cantado no candomblé (...)
então essa é uma importância muito grande para nós, da alimentação,
de alimentar, de preparar essa comida, de comungar com
essa comida, de distribuir essa comida para a comunidade.”

Tat’etu Arabomi


Publicações: O Poder dos Candomblés

Aos leitores da Rede Saúde e Cultura Mians Gerais, 
um presente da Editora da Universidade Federal da Bahia - UFBA:

Download gratuito do livro "O Poder dos Candomblés"


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