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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Parteira ajudou dar à luz mais de três mil bebês no Ceará


Nos seus 40 anos de profissão, ela nunca perdeu uma criança.

Quem a incentivou para o trabalho foi sua tia, uma freira nos anos 40.

Maria Freitas Lima, de 74 anos, conhecida como Mãe Cira,  é parteira e ajudou dar à luz mais de três mil bebês no município de Guaramiranga, a 120 km de Fortaleza. Ela é parteira desde a década de 40 e é respeitada por todos os moradores. "Fico muito orgulhosa. Quando as pessoas me chamam de Mãe Cira eu ainda fico emocionada", diz.

O que chama atenção é que nos seus 40 anos de profissão, Mãe Cira nunca perdeu ninguém durante esse tempo. "Tenho certeza que não trabalhava sozinho. Deus estava comigo naquela hora. Eu vi também muitas mãe sem forças e ele com certeza foi fundamental para que tudo acontecesse naturalmente".

O comerciante Clodoaldo Rodrigues é um que passou pelas mãos da Mãe Cira. Segundo ele, Mãe Cira foi muito importante para sua família. "Na época não existia aquele negócio de hospital. Havia as parteiras. E nasci graças a Mãe Cira. Outros irmãos meus passaram por ela", conta o comerciante.

Sua história contagia os profissionais da saúde da cidade.  "Ela foi uma parteira de mão cheia. E além disso tinha Deus e Nossa Senhora ajudando ela para trazer ao mundo tantas crianças", diz a enfermeira Melina Frota. A principal pessoa que incentivou Mãe Cira para os trabalhos de parteira foi sua tia que era freira. "Minha tia me ensinou todos os conceitos básicos de enfermagem e com o passar do tempo aprendi tudo", conta.

A dona de casa, Maria Iraci, foi beneficiada com os trabalhos de Mãe Cira. Ela quase perdeu o filho há 20 anos atrás. "Ela salvou eu e meu filho. Eu agradeço todos os dias por ela ter me ajudado tanto naquela época", fala emocionada.

Exemplo para os filhos
Mãe Cira teve três filhos e mesmo com a perda de um recentemente não fez com que ela não desaminase. Um deles, o líder comunitário, Sérgio Freitas, conta que tem orgulho da mãe e diz que ela serve como exemplo. "Ela é um espelho, fonte de inspiração. E eu como líder comunitário procuro sempre ter ela como exemplo. Para mim ele é uma guerreira", afirma o filho mas velho.

Fonte: G1 Ceará

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Benzedeiras resistem em Franca, mas não têm sucessoras em casa




“Isipela maldita, a carne que tu come, a Deus não lograrás, um Padre Nosso, uma Ave Maria, uma Santa Maria vou te curar.” “Procurei São Elias, o que é que cura cobreiro e cobraria? Ramo de funcho e água fria.” “Arruda, corre, corre cavalinho, passa na porta de Santa Luzia, e diga para ela dar uma benção para o meu olho.” Essas rezas, para “isipela” (uma infecção cutânea, cujo nome verdadeiro é erisipela), cobreiro (uma doença de pele) e ar (ardência nos olhos), respectivamente, podem muito em breve se tornarem apenas uma lembrança do passado. Elas são usadas pelas benzedeiras, que se dizem instrumentos de Deus, curam por meio de plantas e orações, e encontram atualmente muita dificuldade para difundir seus conhecimentos.


O Comércio da Franca localizou quatro benzedeiras em Franca, e todas elas afirmam que a tendência é que, em alguns anos, a prática acabe porque as novas gerações não querem aprender o “ofício”. A aposentada Ivone Coelho Senni, 83, benze desde que tinha 22 anos. Ela aprendeu a prática com a sua mãe, mas não tem para quem passar os seus conhecimentos. “A minha filha queria aprender a benzer, mas desistiu dois meses depois. E nunca veio ninguém em casa para aprender.”

Já Zulma Maria de Souza, 77, também aposentada, contou que as pessoas atualmente até aceitam se benzer, mas têm vergonha de admitir o fato. A aposentada Silvéria Adelina, 78, e a pensionista Madalena José Dias, 94, dizem que ensinam as orações de benzeduras às pessoas que as procuram, mas acham que a fé da população diminuiu.

As quatro benzedeiras têm filhos, mas eles não querem seguir a “vocação” das mães por se ocuparem com seus trabalhos, por desinteresse e até por medo.

Se vem caindo gradativamente o número de benzedeiras, a quantidade de clientes continuam alta. Ivone diz receber de 10 a 15 por dia. Zulma afirma que há dias em que recebe até 28 pessoas.

As entrevistadas dizem que se tornaram benzedeiras através das mães. Ivone conta que, quando era menina, ficava perto de sua mãe e escutava como ela benzia. Apesar de ter começado a benzer apenas quando tinha por volta de 50 anos, Silvéria foi influenciada a se iniciar na prática pela mãe e sogra, ambas benzedeiras. As outras aprenderam com pessoas próximas. “Eu tinha mais ou menos 10 anos. Tinha uma vizinha que sabia benzer e me ensinou”, conta Zulma. Já Madalena entrou em contato com as rezas por meio de um benzedor idoso.

As benzedeiras dizem ser apenas instrumentos de Deus. Quem cura dos mais diversos males é Deus. “Quem é benzido precisa ter fé. Se não tiver fé, não resolve nada”, diz Ivone.

“Eu atendo pessoas com cobreiro, por exemplo, mas, se as pessoas estiverem contrariadas, com qualquer problema, eu posso fazer uma oração para elas”, conta Madalena. Outros males comuns tratados por elas são: vento virado (crianças que têm uma perna maior que a outra), cortar o medo de crianças que ainda não andam, espinhela caída (doença caracterizada por dores no estômago, costas e pernas), além dos tradicionais quebrantes e mau-olhado, que podem ser descritos como efeitos negativos.

Nenhuma das benzedeiras cobra por seus serviços. “Faço por amor, por caridade, com o coração limpo e aberto, sem receber um centavo. Eu dedico meu tempo ao amor e à caridade”, esclarece Zulma. “Fazer pelos meus irmãos é melhor do que fazer pra mim”, diz Silvéria.

Fonte: GCN

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CARTA DAS BENZEDEIRAS - Encontro do Paraná


CARTA DAS BENZEDEIRAS

Nós, benzedeiras, benzedores, curandeiras, curadores, costureiras e costureiros de rendidura e/ou machucadura, rezadeiras e rezadores, remedieiras e remedieiros, massagistas tradicionais, parteiras e aprendizes de benzedura da região, representados neste Encontro por detentores de ofícios tradicionais de cura dos municípios de Fernandes Pinheiro, Inácio Martins, Irati, Rebouças, Turvo, São João do Triunfo e São Mateus do Sul, reafirmamos nossas práticas e conhecimentos tradicionais na participação do 2º. Encontro das Benzedeiras do Centro Sul do Paraná, nos dias 09 e 10 de novembro de 2012, realizado na Sede da Terceira Idade, no município de Rebouças, região centro sul do Estado do Paraná, com 80 participantes e também 20 convidados entre autoridades, pesquisadores e apoiadores.

Esse encontro é parte de nosso processo organizativo como detentores de ofícios tradicionais de cura organizados no Movimento das Aprendizes da Sabedoria (MASA), desde os anos de 2007, tendo como principal desafio o reconhecimento público e valorização das práticas tradicionais desenvolvidas por nós nesta região.

Fortalecemos neste Encontro nossas práticas e conhecimentos tradicionais e nossa existência coletiva, ressaltando-o como fruto de nossas práticas tradicionais de cura “benzimentos, curas, rezas, simpatias, orações, esfregações, puxados, banhos, costuras de rendidura, massagens” e nossas manifestações culturais que unem fé,  tradição e devoção “novenas, mesadas de anjo, danças de São Gonçalo, procissões, recomendas” que são realizadas por nós nas diversas localidades dos municípios da região centro sul do Paraná, em que  se destacam os detentores de ofícios tradicionais como sujeitos deste processo organizativo.

Em nossa caminhada temos identificado diversos conflitos e situações que nos conduziram para uma aproximação de nossas realidades, tendo realizado nos anos de 2008 à 2011 o Mapeamento Social dos Detentores de Ofícios Tradicionais de Cura nos municípios de Rebouças e São João do Triunfo, resultando na identificação de 294 detentores de ofícios tradicionais nestes municípios. Informações que no encontro compartilhamos no lançamento do Boletim Informativo do Projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil “Conhecimentos Tradicionais e Mobilizações Políticas: o direito de afirmação da Identidade de Benzedeiras, municípios de Rebouças e São João do Triunfo, Paraná”.

Como resultado de nossas trocas e discussões, na defesa nossa existência coletiva, encaminhamos em nosso Encontro, os seguintes pontos:

Compromissos
Ampliar o processo de mobilização, valorização e reconhecimento dos detentores de ofícios tradicionais de cura nos municípios já organizados e também em outras regiões do estado e do Brasil.

Fortalecer nosso movimento com o desafio de motivar nossas comunidades por intermédios de encontros de troca de experiências, para que nossos conhecimentos sejam de uso das comunidades; resgatar as práticas tradicionais que manifestam nossa cultura (Romaria de São Gonçalo, Mesada de Anjo, Olhos d´Água do Monge João Maria, Festas de Santo, Novenas, Procissões); envolver as gerações mais jovens nos espaços que nos organizamos, a fim de que estes, respeitem nosso modo de vida tradicional e acolham tais conhecimentos tradicionais, assegurando o repasse da tradição.

Intensificar a luta por políticas públicas de reconhecimento das identidades coletivas das benzedeiras e de seus serviços de saúde prestados de forma gratuita e solidária à comunidade em geral.

Lutar contra todas as formas de repressão e marginalização dos conhecimentos e saberes tradicionais de cura associados ao uso sustentável da biodiversidade como estratégia de manutenção e repasse de tais conhecimentos.

Reivindicações
Realização de encontros, seminários e reuniões com médicos e funcionários do sistema público de saúde a fim de amenizar os conflitos existentes entre as práticas e conhecimentos tradicionais e o sistema formal de saúde, sendo estes espaços articulados pela Secretaria de Estado da Saúde do Estado do Paraná.

Diálogo com a Secretaria de Estado da Saúde do Estado do Paraná a fim de regulamentar o livre acesso das benzedeiras aos postos e hospitais de saúde a fim de realizar benzimentos e costuras de rendidura aos pacientes internados que solicitarem a realização das práticas tradicionais de cura de forma complementar aos seus tratamentos convencionais de saúde.
Diálogo com o poder público a fim de fortalecer o reconhecimento e a valorização de políticas públicas voltadas às demandas dos povos auto–definidos como detentores de ofícios tradicionais de cura, fortalecendo localmente e regionalmente a efetivação da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil, instituída pelo Decreto Federal nº 6.040/2007, em consonância com a Constituição Federal em seus artigos 215 e 216, a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), também nos artigos 190 e 191 da Constituição do Estado do Paraná, somando-se a isso as Leis Municipais de Reconhecimento dos Detentores de Ofícios Tradicionais de Cura dos municípios de Rebouças/PR, inscrita sob o número 1.401/2010 regulamentada pela Decreto nº 027/2010 e São João do Triunfo/PR, 1.370/2011.

Instituição do Conselho Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais do Paraná, a fim de que seja um espaço institucional de articulação e implementação de políticas públicas voltadas aos povos e comunidades tradicionais do Paraná, entre estes, os detentores de ofícios tradicionais de cura.

Efetivação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde no Sistema Público de Saúde, possibilitando a participação efetiva dos Detentores de Ofícios Tradicionais de Cura.

Fomento para a criação do Ponto de Cultura das Benzedeiras a nível regional a fim de valorizar e reconhecer as benzedeiras como agentes de promoção cultural, bem como, proporcionar estratégias para o processo organizativo mobilizado pelo Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA).

Realização do Encontro Nacional das Benzedeiras, possibilitando visibilidade social e a articulação entre os vários detentores de ofícios tradicionais de cura no Brasil e suas experiências organizativas e de práticas tradicionais de cura, por meio da Secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.

Elaboração de estratégias junto aos órgãos de fiscalização e gestão ambiental para a regulamentação do livre acesso as plantas e ervas medicinais e Olhos d´Água do Monge João Maria em áreas de unidades de conservação; implementação de viveiros de ervas e plantas medicinais nas comunidades e município a fim de preservar e resgatar a biodiversidade de plantas medicinais de uso das benzedeiras; fiscalização do desmatamento desenfreado que ocasiona a extinção das plantas e ervas medicinais das matas nativas; proibição do uso de agrotóxico em áreas de plantas medicinais nativas e Olhos d´Água do Monge João Maria, locais sagrados de uso da coletividade dos detentores de ofícios tradicionais de cura.  

Desta maneira, confirmamos com nosso Encontro a força que vem das comunidades e se reforça no Movimento Aprendizes da Sabedoria, para sermos reconhecidos e alcançarmos nosso lugar de direito em todas as regiões em que estamos presentes. Sendo assim, nosso Encontro cumpriu com o objetivo de estimular nosso ânimo de continuar cuidando da vida, nossa missão Sagrada, dada por Deus e assumida por nós.

Rebouças - Paraná, 10 de novembro de 2012.

MOVIMENTO APRENDIZES DA SABEDORIA - MASA

INFORME 2º ENCONTRO DAS BENZEDEIRAS DO CENTRO SUL DO PARANÁ


INFORME 2º ENCONTRO DAS BENZEDEIRAS DO CENTRO SUL DO PARANÁ
  
Mística de abertura do Encontro, Dona Glorinha (Parteira e Benzedeira), 
Dona Chica (Parteira), Dona Donaria (Parteira e Benzedeira). Foto Lina Faria.
Nos últimos dias 09 e 10, cerca de 80 detentores de ofícios tradicionais de cura, auto-denominados como benzedeiras, benzedores, curandeiras, curadores, costureiras e costureiros de rendidura e/ou machucadura, rezadeiras e rezadores, remedieiras e remedieiros, massagistas tradicionais, parteiras e aprendizes de benzedura dos municípios de Fernandes Pinheiro, Inácio Martins, Irati, Rebouças, Turvo, São João do Triunfo e São Mateus do Sul, estiveram reunidos no 2º Encontro das Benzedeiras do Centro Sul do Paraná, realizado pelo Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA) na Sede da Terceira Idade, no município de Rebouças, região centro sul do Estado do Paraná.

Também participaram e contribuíram com evento cerca de 20 convidados entre autoridades, pesquisadores e apoiadores representantes da Articulação Puxirão dos Povos Faxinalenses (APF), Centro Missionário de Apoio ao Campesinato Antonio Tavarez Pereira (CEMPO), Centro de Apoio Operacional as Promotorias de Direitos Constitucionais (CAOP) do Ministério Publico do Estado do Paraná (MPE/PR), Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Heifer Internacional, Instituto Chico Mendes de Proteção à Biodiversidade (ICMBio), Instituto Equipe de Educadores Populares (IEEP), Projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil (PNCS), Rede Puxirão de Povos e Comunidades Tradicionais, Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), Secretária de Estado da Saúde (SESA), Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC) do Ministério da Cultura (MinC).

Mística de abertura do Encontro. Foto: Lina faria
No primeiro dia do evento foi lançado o Boletim Informativo do Projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil “Conhecimentos Tradicionais e Mobilizações Políticas: o direito de afirmação da Identidade de Benzedeiras, municípios de Rebouças e São João do Triunfo, Paraná”, o qual compartilha o processo organizativo das benzedeiras correspondente ao período de formação do MASA durante o 1º Encontro Regional das Benzedeiras que aconteceu em 2008 até o período preparatório do 2º Encontro das Benzedeiras do Centro Sul do Paraná em 2012.

O Procurador da Justiça Marcos Bittencourt Fowler (MPE/PR) teve valiosa contribuição á programação do Encontro, expondo os desafios para efetivação dos direitos das benzedeiras e os aparatos jurídicos que garantem tais direitos, destacando no entanto, que a organização social dos detentores de ofícios tradicionais de cura é essencial para que o reconhecimento e respeito sejam conquistados.

No final da tarde do dia 09, na Mesa “Políticas Públicas de Reconhecimento” a participação da Secretária de Estado de Saúde (SESA) por meio do Sr.João Antonio Almeida Júnior, Diretor da 4º Regional de Saúde Irati, teve como encaminhamento o compromisso da SESA em criar espaços de diálogo entre profissionais de saúde e benzedeiras a fim de articular estratégias para minimizar os conflitos entre o sistema formal de saúde e os detentores de ofícios tradicionais de cura, inclusive em relação ao reconhecimento e acolhimento das práticas tradicionais de cura no sistema público de saúde.

Dr.Ione Carvalho, Diretora Nacional de Cidadania e Diversidade Cultutal do MinC, manifestou o reconhecimento do MinC em relação ao importante trabalho de amor desenvolvido pelas benzedeiras em suas comunidades, que contribuem diretamente com a promoção da saúde à população e a manutenção da cultura tradicional. Destacou a necessidade em articular as experiências organizativas das benzedeiras a nível nacional, e apresentou as políticas disponíveis que podem serem acessadas pelas benzedeiras a fim de contribuir com a mobilização e reconhecimento dos detentores de ofícios tradicionais, entre elas os Pontos de Cultura que tem como função articular e promover visibilidade social as experiências culturais.

Mesa de Políticas Públicas de Reconhecimento com Dra.Ione Carvalho (SCDC/MinC)
e Ana Maria dos Santos (MASA). Foto: Lina Faria.
A noite se encerrou com a Dança de São Gonçalo apresentada pela Grupo de Romaria de São Gonçalo Família Moraes da comunidade de Góes Artigas, município de Inácio Martins que há mais de quatro gerações reproduzem culturalmente essa manifestação de fé e devoção.

No segundo dia de Encontro as benzedeiras por meio de oficinas temáticas trocaram experiências sobre plantas e ervas medicinais, simpatias, benzimentos, curas, rezas, simpatias, orações, esfregações, puxados, banhos, costuras de rendidura, massagens e demais práticas tradicionais de cura, espaços em que a troca de saberes e conhecimentos tradicionais foram enriquecidas pelas inúmeras folhas, ramos, cascas e raízes trazidos das comunidades e que fortaleceram a identidade coletiva do grupo, possibilitando também a integração e aprendizado dos aprendizes de benzedura.

Mística do 2º Encontro das Benzedeiras do Centro Sul do Paraná. Foto: Lina Faria.
Os trabalhos em grupo levantaram demandas e proposta das comunidades que serão diretrizes de luta do movimento nos próximos anos e que também contribuíram para organização e fortalecimento interno do MASA reafirmando o compromisso das benzedeiras em intensificar a luta pela manutenção, repasse e reconhecimento dos saberes e conhecimentos tradicionais de cura e de seus detentores, como sinal de resistência e preservação desse modo de vida tradicional de grande valia a toda a população e a preservação da cultura tradicional.

Para conhecimento segue no próximo post a CARTA DAS BENZEDEIRAS, que sintetiza os compromissos reafirmados pelas benzedeiras e as reivindicações que serão animo de luta para o próximo período. 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Integrantes da Rede Saúde e Cultura: AJENAI

A Associação Jenipapense de Assistência à Infância - AJENAI, Ponto de Cultura, traz para a Rede Saúde e Cultura de Minas Gerais um importante histórico de atuação junto à população do Vale do Jequitinhonha, trabalhando ali com o resgate da cultura da infância  e dos conhecimentos tradicionais.

Vale a pena conhecer mais de seu trabalho e ficar atento às contínuas contribuições deste Ponto de Cultura às ações de Saúde e de Cultura, realizadas no interior de nosso estado.

Leia aqui um pouco de sua história e missão:

Fundada em 1999 a partir da iniciativa de moradores da região e com o apoio da AMAI (Associação com atuação no Município Vizinho – Francisco Badaró), a AJENAI - Associação Jenipapense de Assistência à Infância, tem por missão “Proporcionar Assistência às Crianças e Adolescentes das comunidades rurais do Município de Jenipapo de Minas, no seu contexto familiar, promovendo a mobilização comunitária, visando como bem comum o desenvolvimento humano e comunitário.”

Atende cerca de 3 mil pessoas entre elas crianças, adolescentes e adultos.

Seus primeiros parceiros: AMAI, a Prefeitura Municipal e os moradores locais, logo deram condições a AJENAI para se tornar uma associação e assim assinarem convênio com o Fundo Cristão para Crianças, hoje seu maior mantenedor, através do sistema de apadrinhamento.

A AJENAI é gerenciada por uma Diretoria Voluntária, constituída por 12 pessoas, eleitas pelas famílias associadas para administrar a instituição por um período de 3 anos.

Missão:
“Proporcionar a Assistência às Crianças e Adolescentes das comunidades rurais do Município de Jenipapo de Minas, no seu contexto familiar, promovendo a mobilização comunitária, visando como bem comum o desenvolvimento humano e comunitário.”

 Conheça mais:

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Arquivo de Notícias: Encontro de Benzedeiras do Centro Sul do Paraná e Boletim Informativo

Encontro e Boletim de Benzedeiras
 
A todos os leitores do blog da Rede Saúde e Cultura de Minas Gerais e àqueles que acompanham as discussões das benzedeiras e do direito à diversidade cultural no cuidado à saúde: estejam atentos pois em novembro haverá o encontro das benzedeiras do Paraná!


 E pra quem quiser saber ainda mais informações, estejam atentos, pois as Benzedeiras do Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA) da região Centro-Sul do Paraná organizaram um Boletim Informativo intitulado "Conhecimentos Tradicionais e Mobilizações Politicas" o qual relata o processo de organização politica das Benzedeiras como ferramenta de resistência para manutenção dos conhecimentos, saberes e práticas tradicionais de cura. 

O Boletim será lançado oficialmente durante o 2° Encontro das Benzedeiras do Centro-Sul do Paraná que acontecerá nos dias 09 e 10 de novembro de 2012 em Rebouças/PR, no entanto o Boletim já está sendo usado pelas Benzedeiras do MASA e está disponível para downlond em Nova Cartografia Social 


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