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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Arquivo de notícias: Ministério da Saúde recomenda eliminação do uso de amianto crisotila no país


Para pensar a substituição de tantas caixas d'água, telhas de casas e, claro, dos trabalhos com o contato com amianto no Brasil. Tarefa grande e difícil, além de extremamente necessária.


Ministério da Saúde recomenda eliminação do uso de amianto crisotila no país

“O Ministério da Saúde recomenda a eliminação de qualquer forma de uso do amianto crisotila em todo o território nacional”,  disse nesta sexta-feira (24) o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador na Secretaria de Vigilância da Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde, Guilherme Franco Netto, durante audiência pública promovida pelo Supremo Tribunal Federal para debater com especialistas de diversos setores a utilização do amianto na indústria brasileira. Segundo ele, está provado cientificamente que o produto é cancerígeno e que o Brasil tem tecnologia e matérias-primas para substituí-lo totalmente em seu território.

Franco Netto, que participou do evento representando o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse também que o Ministério da Saúde recomenda, ainda, a adequada gestão ambiental dos resíduos do amianto e a identificação e o acompanhamento rigoroso da população a ele exposta.

Ele apresentou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo os quais atualmente 125 milhões de trabalhadores em todo o mundo estão expostos aos efeitos maléficos do asbesto-amianto (ou amianto crisotila), e um terço dos cânceres ocupacionais são causados pela inalação de fibras de amianto. Ainda segundo ele, a OMS estima 100 mil mortes causadas pelo amianto. Nos Estados Unidos, a estimativa é de 67 mil óbitos por ano. E tais cânceres, de acordo com o especialista, apresentam morbidade de 80% a 90%, conforme dados levantados nos primeiros 12 anos de seu diagnóstico.
Risco

Trata-se, segundo ele, de fibras mais finas que um cabelo humano, que se espalham a longas distâncias e penetram facilmente no sistema respiratório humano. E seus efeitos maléficos só aparecem ao longo do tempo, podendo o câncer por ele causado aparecer somente 30 a 40 anos depois da inalação.

Ele esclareceu que as pessoas mais expostas ao amianto crisotila são, além dos próprios trabalhadores que lidam diretamente com o produto, seus familiares – que têm contato com ele, seus objetos e suas roupas –, pessoas que residem próximas de indústrias e locais de extração do produto ou que tenham alguma relação com sua extração, utilização, manipulação e transporte.

Franco Netto citou dados segundo os quais, somente no Sistema Único de Saúde (SUS) foram registrados, entre 2008 e 2011, 25.093 casos de cânceres provocados pelo amianto e, no período de 2000 a 2011, 2.400 óbitos. Os casos de óbitos, segundo ele, seguem a curva do aumento do uso do produto.

Sob o aspecto econômico, ele apresentou dados que indicam que, somente no SUS, foram gastos, em 2011 e 2012, R$ 291,871 milhões com o tratamento quimioterápíco, cirurgias oncológicas, internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) e leitos, sem incluir tratamentos ambulatoriais. E esses gastos poderiam ser evitados se o Brasil utilizar sucedâneos do amianto crisotila, ressaltou.
Dificuldades

Franco Netto admitiu que há uma fragilidade no controle da doença por parte do Ministério da Saúde, uma vez que uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedida em mandado de segurança, impede o cumprimento da Portaria 1.851/96 do Ministério, que obriga as empresas que lidam com amianto a encaminharam listagens de trabalhadores expostos aos riscos do amianto.



Mais informações:

Leia mais sobre o debate e o posicionamento das partes em relação à proibição do amianto no país:

Leia mais sobre a portaria do Ministério da Saúde que obriga a identificação dos trabalhadores que têm contato com o amianto:



terça-feira, 29 de maio de 2012

Arquivo de Notícias: Mulheres negras, segundo pesquisa no Rio Grande do Sul, realizam menos exames de câncer de mama e colo de útero


Mulheres negras, segundo pesquisa no Rio Grande do Sul, realizam menos exames de câncer de mama e colo de útero

Em artigo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisadores das universidades federais do Rio Grande do Sul e de Pelotas investigaram o acesso de mulheres negras e brancas a exames de detecção precoce de câncer de mama e colo de útero. Para a pesquisa, foram entrevistadas 2.030 mulheres, de 20 a 60 anos, moradoras das cidades de Pelotas e São Leopoldo (Rio Grande do Sul). “A probabilidade das mulheres não realizarem os testes citopatológico e de mama foi significativamente maior nas negras”, destacam os estudiosos. “Uma análise estratificada da realização de exames de câncer de mama, independente de idade e de escolaridade, apontou que mulheres negras fazem menos exames, mesmo as de classes econômicas A, B ou C”.

Das mulheres consultadas no estudo, 16,1% eram negras e 83,9% eram brancas. Com relação a testes para verificar a ocorrência de câncer de mama no último ano, 53,5% do total de mulheres afirmaram terem efetuado o exame. No entanto, apenas 43,4% das mulheres negras afirmaram terem realizado o teste, enquanto 55,3% das mulheres brancas o fizeram.

Além disso, os resultados do estudo ainda indicaram que a probabilidade de mulheres negras não terem realizado exames para detecção de câncer de colo de útero foi duas vezes maior que em mulheres brancas. As mulheres negras com menos de 40 anos também relataram fazer menos exames ou começar a realizá-los muito tarde, reafirmando a noção de que mulheres mais velhas têm mais dificuldades de marcar consultas ginecológicas.

“Apesar de o debate sobre raça/cor ter sido intenso nos últimos dez anos, apenas recentemente as abordagens sobre o tema tem sido aplicadas em estudos e pesquisas na área da saúde”, afirmam os pesquisadores. “Os resultados desse estudo chamam atenção para a necessidade de implementação de políticas focadas em desigualdades raciais e socioeconômicas e na promoção da melhora ao acesso a serviço de saúde, com qualidade e igualdade, para os segmentos mais vulneráveis da população”.

Fonte: Renata Moehlecke / Agência Fiocruz de Notícias
Acessado em Blog da Saúde


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