quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Viver perto de áreas verdes aumenta sensação de bem-estar, diz estudo

Um estudo de cientistas britânicos sugere que viver em uma área urbana com espaços verdes tem um impacto positivo no bem-estar mental dos habitantes de cidades.



Os investigadores, da Universidade de Exeter, constataram que passar a morar num local com áreas verdes gera um efeito positivo duradouro, enquanto que aumentos de salários ou promoções no trabalho, por exemplo, fornecem apenas efeitos positivos de curto prazo.

Para os autores da pesquisa, os resultados mostram que o acesso a parques urbanos traz benefícios para a saúde pública.

Mathew White, do Centro Europeu para o Desenvolvimento e Saúde Humana da Universidade de Exeter, um dos autores da pesquisa, explicou que o estudo baseia-se nas descobertas de um outro levantamento, que mostrou que as pessoas que viviam em áreas urbanas mais verdes tinham menos sinais de depressão e ansiedade.

Ele diz que isso ocorre por várias razões. «Por exemplo: as pessoas fazem todo tipo de coisas para ficarem mais felizes, lutam por uma promoção no trabalho, aumento de salário, até casam. Mas o problema com todas estas coisas é que, depois de seis meses a um ano, elas voltam aos níveis originais de bem-estar. Então estas coisas não são sustentáveis, elas não nos fazem felizes no longo prazo», afirmou.

«Descobrimos que num grupo de vencedores da lotaria, que tinham ganho mais de 500 mil libras, o efeito positivo definitivamente estava lá, mas depois de seis meses a um ano, eles tinham voltado aos níveis normais.»

As descobertas foram publicadas na revista especializada Environmental Science and Technology.

A equipa de pesquisadores usou dados da Pesquisa de Residências Britânicas (que mudou o nome para pesquisa Compreendendo a Sociedade) e que começou a ser feita na Grã-Bretanha em 1991 pela Universidade de Essex.

«É uma amostra enorme e representativa da população britânica (actualmente cerca de 40 mil residências pesquisadas por ano), em que são respondidas várias perguntas, sobre rendimentos, estado civil, etc», disse White.

«Mas também inclui algo chamado Questionário Geral de Saúde, que é usado por médicos para diagnosticar depressão e ansiedade.»

«O que se vê é que, mesmo depois de três anos, a saúde mental ainda é melhor (para quem vive perto de áreas verdes), o que é improvável com as muitas outras coisas que achamos que nos farão felizes», disse.

O pesquisador acrescentou que a equipa quer fazer mais pesquisas para examinar uma possível ligação entre qualidade de relacionamentos conjugais e a vida em áreas verdes.
«Há provas de que as pessoas que vivem, próximas de espaços verdes são menos stressadas e, quando se está menos stressado, toma-se decisões mais razoáveis e comunica-se melhor», afirmou White.

«Não vou afirmar que é uma poção mágica que cura todos os problemas do casamento, claro que não é, mas pode ser que (o factor do cenário) ajude a pender a balança na direcção das decisões mais razoáveis e diálogos mais maduros.»

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