segunda-feira, 26 de maio de 2014

A má alimentação é pior para a saúde mundial que o fumo


“As dietas pouco saudáveis são um risco maior para a saúde mundial que o fumo”, afirmou nesta segunda-feira Olivier de Schutter, relator especial das Nações Unidas para a Alimentação. “Da mesma maneira que o mundo se uniu para determinar os riscos do fumo, devemos chegar a um acordo sobre dietas adequadas”, acrescentou Schutter sobre a inauguração da Convenção Mundial para Proteger e Promover Dietas Saudáveis da organização Consumers International.
Schutter, que apresentou em 2012 um relatório sobre nutrição, lembrou das cinco propostas chaves daquele trabalho, e lamentou que não ainda não tenham dado início a elas. As propostas são aumentar os impostos aos produtos menos saudáveis; regulamentar os alimentos com alto índice de gorduras saturadas, açúcar e sal; limitar a publicidade de comida trash; repensar certos subsídios agrícolas que barateiam alguns produtos e não outros e apoiar os produtores locais para que os consumidores tenham acesso a produtos saudáveis, frescos e nutritivos.
“Os Governos puseram o foco em aumentar a quantidade de calorias disponíveis, mas com muita frequência foram indiferentes a respeito de que tipo de calorias oferecem, a que preço, para quem são acessíveis e como se comercializam”, disse Schutter.
As palavras do relator das Nações Unidas são o último apelo sobre o impacto da obesidade na saúde mundial, que veio ser chamada de a epidemia do século XXI. Segundo a Organização Mundial da Saúde, embora a fome ainda seja um problema para 800 milhões de pessoas, a má alimentação é um problema ainda maior: Cerca de 1,4 bilhão de pessoas têm obesidade ou sobrepeso no mundo, e a má alimentação está relacionada a problemas cardiovasculares, diabetes, artrites e alguns tipos de câncer (mama e endométrio, por exemplo).
Por outro lado, o tabagismo já está estabilizado ou em queda nos países ricos, embora aumente 3,4% anualmente nos demais, segundo o atlas mundial da Associação do Pulmão dos EUA. No entanto, a obesidade cresce em todas partes.

Fonte: El País/ Foto: Matt Cardy (Getty Images) 

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