quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Arquivo de notícias: Medicina e espiritualidade: o remédio para o corpo pode estar no espírito


Profissionais da saúde acreditam que origem de muitas doenças está associada a maus sentimentos

O ato de ir ao médico é até rotineiro para muitas pessoas. O paciente diz como se sente e o médico avalia o depoimento, faz uma série de exames e se necessário medica. Pronto. Essa fórmula quase que matemática da relação entre médico e paciente praticamente não existe mais. Os profissionais da saúde já há algum tempo estão buscando uma maior proximidade de seus pacientes para poder ter uma visão global do ser. O órgão doente não é mais visto como uma “peça” que está impedindo o funcionamento normal do corpo, mas sim como um sinal de alerta que indica que outras coisas vão mal.

Com base na nova forma de ver o ser humano, a partir de 1998 a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual na sua definição de saúde este por sua vez está aliado ao bem estar físico, mental e social, vendo assim o ser em sua totalidade.

O médico cardiologista e presidente da Associação dos Médicos Espíritas de Alagoas (AME-AL), Ricardo Santos afirma que “em toda a história da humanidade a espiritualidade sempre foi tratada pelas religiões. Antes do desenvolvimento da ciência, todos os tratamentos das doenças eram providenciados pelos religiosos. Ainda hoje temos resquícios disso como exemplo as santas casas. Esse conhecimento espiritual posteriormente passou pelo crivo dos grandes filósofos espiritualistas e reencarnacionistas como Sócrates, Platão e Pitágoras. Estes pensadores colocaram a questão espiritual como a única resposta a todas as indagações humanas”.

Com o passar dos anos a forma de trabalhar o conhecimento mudou, mas o conceito continua o mesmo uma vez que “atualmente estamos na fase científica onde diversos grupos de profissionais em todo o mundo estão debruçados sobre pesquisas sobre a imortalidade da alma e a espiritualidade. Os Estados Unidos se destacam nessa questão. Em quase 90% das faculdades da área da saúde daquele país tem a disciplina da espiritualidade”, afirma Ricardo Santos.

Medicina e religião

Hoje em dia é possível ver em cada quarteirão das grandes cidades assim como nos locais mais remotos e singelos, espaços destinados à espiritualidade, sejam eles de crenças e religiões diversas. Essa nova forma do homem se comportar é também objeto de pesquisas.

Segundo o cardiologista, “centenas de trabalhos tem demonstrado que as pessoas que tem uma religião, que tem um vínculo como a prática de uma crença, fazendo orações e que seguem as orientações de suas denominações religiosas são mais saudáveis em todos os aspectos. São menos viciadas, adoecem menos, melhoram mais rápido quando estão doentes, se hospitalizam menos, são mais serenas e tranquilas. Todo esse comportamento é comprovado cientificamente uma vez que a própria OMS introduziu o paradigma espiritual em seu conceito de saúde. Essa mudança que está no homem revela também que está havendo uma verdadeira corrida a nível mundial no sentido de se pesquisar a espiritualidade e se colocar ela como um parâmetro de saúde, de felicidade. Um indivíduo que é vinculado a uma religião, que tem fé se deprime menos e consequentemente adoece menos”, reforça Ricardo Santos.

Corpo e espírito

Para poder identificar a origem do que está causando mal ao doente o profissional da saúde precisa estar ciente de que “à luz do conhecimento espiritual o ser humano é composto de três dimensões básicas: um corpo físico, um corpo energético que comanda o corpo físico e a essência espiritual, que é o espírito. Nós somos espíritos que adotamos a forma física para termos a experiências e aprendizados na vida física. Quando o corpo físico adoece, significa que há um distúrbio a nível espiritual. Se a pessoa tem um sentimento de ódio e esse comportamento faz o corpo reagir de forma a subir a pressão, acelerar os batimentos cardíacos, dormir mal, comer mal, ao longo do tempo este sentimento irá provocar problemas físicos. Logo a doença física é uma consequência de maus sentimentos”, reforça o cardiologista.

Um paciente com pressão alta o médico indica um remédio e a pressão baixa. Se ele suspende ela sobe. O médico tem que conversar e descobrir as causas dessa pressão estar fora do normal. Nessa conversa ele então sabe que essa pessoa é impaciente, tem mágoas, problemas de relacionamentos pessoais entre outros males. Ao saber disso o profissional de saúde tem que promover uma mudança e orientar essa pessoa a uma busca espiritual, seja ela qual for. “Se o médico não abordar o paciente dessa forma ele nunca vai se curar pois à luz do conhecimento espiritual saúde é a perfeita harmonia da alma. Você precisa disso para ter saúde. Jesus foi o grande precursor cientifico e dizia vá e não tornes a pecar para não te acontecer novamente. A doença é o escoadouro das enfermidades da alma. Isso está sendo estudado e diversos trabalhos trazem inclusive o poder da oração, a imposição de mãos que Jesus fazia ao curar enfermos estão sendo pesquisados e tem sido comprovado que são benéficos e funcionam”, acredita Ricardo Santos.

Essa nova forma de ver a saúde e o paciente não muda os tratamentos. Ricardo Santos revela que “os médicos espíritas não usam nenhum artifício para realizar seus tratamentos. O que muda é a visão. O paciente é visto como um todo e não apenas um corpo físico, um órgão. O que adoece não é só uma parte física, mas de forma integral corpo físico e o espírito. É preciso abordar as multi-dimensões da pessoa para tratá-la de forma mais eficiente”.

Espiritualidade e saúde

Segundo a professora, médica e reitora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Rozangela Wyszomirska, “a doença se instala no corpo físico, quando ocorre uma queda da imunidade, que por sua vez relaciona-se com stress emocional, que está ligado ao stress espiritual. Claro que isso não é regra geral porém a doença pode estar marcada no perispirito do individuo e em determinado momento desencadeia o processo de doença. Quando é um vírus, bactéria ou acidente, o trauma, a doença, é claro começa no corpo físico. Ou seja a doença pode iniciar nos dois sentidos. No físico e no espiritual”.

É certo que todos nós herdamos uma carga genética que nos torna predispostos a ter determinadas doenças. No caso da espiritualidade Rozangela afirma que “não existe essa forma de hereditariedade, como nós conhecemos, mas o indivíduo traz de outras vidas, marcas, cicatrizes do que aconteceu. Ao iniciar uma nova jornada a pessoa esquece o que aconteceu, mas o perispírito, que é uma espécie de camada que une o espírito ao corpo, guarda nossa memória. A doença pode então ser desencadeada, devido diversos fatores. Falar de cura do espírito, é falar em aprendizagem. Ao reencarnarmos, trazemos necessidades de melhorias. Estamos na terra, para trabalharmos essas dificuldades. São nossas ações, nossos sentimentos, nossa postura e tudo o que pensamos e fazemos, que nos levarão à cura espiritual. Por isso precisamos voltar tantas vezes à terra, para continuarmos nossa jornada”.

As pessoas tem medo da morte, ou pelo menos a grande maioria. Os profissionais da saúde tratam que essa terrível realidade constantemente nos consultórios e hospitais. Diante dessa realidade do cotidiano Rozangela diz que “não há formas de impedir a morte ou o sofrimento do processo de morrer. Mas, podemos minimizar a dor e ficarmos ao lado dos nossos pacientes. E ajudar na passagem do paciente, significa aliviar o que for possível, confortar e cuidar do outro”.

Assim como outros assuntos polêmicos, o preconceito religioso infelizmente existe. Diante disso Wyszomirska defende que não se pode impor nenhum tipo de credo. “Não precisamos doutrinar ninguém, para darmos apoio a um paciente ou familiar. A conversa amiga, respeitando os limites de cada um, respeitando a religiosidade de cada um é o melhor caminho, para falarmos aos pacientes sobre os limites de tratamento, a morte, a vida, o que podemos fazer, sobre a distanasia e a ortotanásia. E, assim o paciente ou familiares podem decidir o que quer que seja feito. As vezes são necessárias mais de uma conversa, devemos estar dispostos a responder as perguntas, as dúvidas. Nem sempre é fácil, pois as pessoas não querem falar sobre a morte, pois se remetem à sua própria condição de finitude”.

A cura para o espírito e para o corpo é simples. Rozangela conta que “para ter mais qualidade de vida é preciso adotar uma posição positiva, de fé. Não a fé cega, mas a fé na vida eterna, a presença de Deus em nossas vidas e no cumprimento de nossas tarefas, nossa missão aqui na terra. Lembrando antes de tudo, que estamos aqui para construir uma caminhada baseada no amor ao próximo”.

Academia

As faculdades da área da saúde formam milhares de profissionais anualmente. As disciplinas que eles enfrentam são diversas e muitas vezes a questão espiritual fica distante da anatomia e do laboratório. Uma maneira de promover essa nova forma de ver o ser humano é a disseminação do conhecimento espiritual para todos os profissionais de saúde e para a “população em geral para que ela possa se prevenir das enfermidades buscando se vincular a uma vida psíquica e espiritual saudável numa convicção religiosa que possa promover e prolongar a vida com saúde que é o mais importante”, concluiu Ricardo Santos.

No Brasil está acontecendo uma verdadeira revolução, principalmente nos últimos quinze anos. Foram fundadas cerca de 55 Associações de Médicos Espíritas e estes vem trabalhando ativamente junto às universidades promovendo congressos, seminários e outras atividades junto aos estudantes e professores.

O professor de medicina da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Jorge Luiz Soares, acredita que a disciplina da espiritualidade deveria sim estar na grade dos cursos da área da saúde. Jorge Luiz defende que “o corpo é guiado pelo espírito e o corpo adoece quando a alma está padecendo. Temos que tratar o indivíduo como um todo, da cabeça aos pés. E através de uma boa anamnese conhecer a alma do paciente. Quando esta conversa entre médico-paciente é realizada com carinho e uma boa troca de informações entre o profissional da saúde e o paciente, se chega a um diagnóstico precoce e a cura com certeza acontece. O importante é a fé, que considero a mais sublime de todas as virtudes”, concluiu o professor.

Saiba mais sobre a AME-AL no site amealagoas.com.br

 

Fonte: Cada Minuto

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